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A árvore que agrega e sustenta Reportagem de capa da edição 06 de Comida com História

“Vamos catar mangaba...”

Quando elas se reúnem ainda de madrugada, logo o canto se ouve ao longe...

É assim, cantando, que 600 mulheres iniciam a coleta da mangaba diariamente às 4h da manhã...

Elas vão sempre em grupo, embaladas por canções passadas pelas gerações mais antigas de catadoras de mangaba.

Conheça um pouco mais das catadoras clicando aqui

O trabalho de catadoras de mangaba existe há mais de dois séculos entre populações tradicionais da restinga.

Mas em 2007 o ofício virou movimento!
O Movimento das Catadoras de Mangaba veio para organizar o trabalho dessas mulheres que já faziam o extrativismo e vendiam a fruta in natura.

Com a organização de associações em seis municípios sergipanos – Indiaroba, Estância, Japaratuba, Pirambu, Aracaju e Itaporanga - as catadoras passaram também a processar o fruto, agregando valor ao produto.

O sabor da mangaba é tão marcante que inspirou o próprio nome da fruta...

Se os tupis nomearam a fruta da mangabeira com uma palavra com esse significado - coisa boa de comer - dá para entender um pouquinho a motivação das catadoras. Adocicada com um toque de acidez, a mangaba é recorrente no litoral nordestino.

e pelas mãos das Catadoras de Mangaba vira licor, geleia, bolo, biscoito, trufa, e uma gama de produtos que mostram como a fruta da árvore símbolo do Sergipe tem grande potencial gastronômico.

Historicamente, a prática de catar mangabas era uma forma de subsistência e reprodução cultural. Mas a fruta também tem muita importância econômica para um grupo específico de mulheres, predominantemente descendentes de quilombolas, caiçaras e sitiantes.

Por isso em 2010 uma lei estadual reconheceu o ofício de catadora de mangaba como um grupo culturalmente diferenciado, que deve ser protegido.

Tainara Nascimento Vidal, liderança da Associação de Catadoras de Mangaba de Estância e catadora, conta que o movimento, além de ser como a segunda família dela, tem sido uma escola de formação.

“Eu comecei com 16 anos e há 11 venho aprendendo muito nas reuniões que fazemos. A gente ri, chora, briga, sempre para melhorar e apoiar umas às outras. Hoje não me vejo sem ir à associação”.
O Movimento das Catadoras de Mangaba ganhou força e se tornou um negócio que ajuda no sustento de várias famílias.
Mesmo assim, as dificuldades que elas enfrentam são muitas...

A maior delas, sem dúvida, é o risco de extinção das mangabeiras!

O desmatamento na restinga vem avançando por causa do plantio de cana-de-açúcar, eucalipto e construção de empreendimentos imobiliários.

Para você ter uma ideia, entre 2010 e 2016, houve uma redução de 30% nas áreas de ocorrência natural das mangabeiras.

Com cada vez menos acesso a mangabeiras, e já preocupadas com o futuro, as Catadoras de Mangaba lutam pela criação de reservas extrativistas distribuídas pelo litoral do Sergipe, onde possam continuar sua atividade com segurança.

Dessa forma, elas garantem sua renda, o fornecimento ao Programa Nacional de Alimentação Escolar...

sugestão de consumo: Bolo de mangaba com cobertura de geleia de mangaba

A revista digital surge da vontade de contar essas histórias e também valorizar cada alimento.

O conteúdo moderno e dinâmico, especial para a experiência de ler pelo celular, serve como ferramenta de imersão no mundo dos produtos artesanais do Brasil.

É um espaço pra você conhecer os rostos e nomes que trabalham pelo consumo saudável e sustentável.

e tem mais histórias nesta edição:

  • Elas também cantam enquanto lutam para preservar uma tradição ameaçada: a pesca do caranguejo aratu!
  • Viaje no tempo para conhecer a história do biscoito que é patrimônio de uma das cidades mais antigas do país!
  • Conheça um sonho que virou realidade: a produção de queijos deliciosos que valorizam a cultura do sertão!
  • E vamos cruzar o menor estado do país numa viagem pra conhecer a importância cultural das feiras livres!

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pesca do aratu: uma tradição ameaçada

Aqui a música ajuda a colorir a luta diária das mulheres que ganham a vida pescando no manguezal...

Dia após dia, elas mantêm viva uma tradição cada vez mais rara...

São as catadoras de aratu!

É no manguezal que vivem esses pequenos animais, com grande valor no nordeste brasileiro...

E é lá que mulheres ganham a vida em busca deste caranguejo de 6 centímetros.

Ele vive nas raízes da vegetação de mangue ou em tocas na lama, lugares de onde sai quando é atraído pelo canto das pescadoras.

Sim, o aratu gosta da música das catadoras do Sergipe!

É por isso que elas se reúnem todos os dias para ir até o manguezal, onde ficam por horas cantando, assobiando… e catando os aratus que vão sustentar ou completar a renda da casa.

“Ah, minha filha... se a gente não cantar o aratu não vem não!”, garante Edna, uma das pescadoras da comunidade de Ribuleirinha, no município de Estância, Sergipe.

Na verdade ela se chama Josefa dos Passos Santos, mas prefere ser chamada de Edna e faz questão de explicar: esse era o nome que os pais queriam ter dado a ela mas que por um erro não foi registrado.

E não é só com o nome que Edna honra a história da família.

Aos 46 anos, ela nunca viveu fora do povoado e construiu no mangue sua fonte de renda. Foi onde aprendeu desde a infância a pescar aratu como fazia a mãe e a avó.

“A mãe criou a gente no mangue, na maré. Eu sei fazer tudo, graças a Deus. Eu aprendi com minha mãe a fazer tudo”, se orgulha.
Um exemplo claro de uma atividade tradicional baseada na força feminina de trabalho. mas O trabalho não é fácil.

As pescadoras vão quase todos os dias às 5h30 da manhã para o local, onde ficam por pelo menos 5 horas em pé, com lama nos joelhos, segurando as varas com iscas. E, claro, cantando, cantando… “Até riscar o disco”, brinca Edna.

O bom humor disfarça o cansaço que a atividade provoca ao longo dos anos às mulheres, que depois de pescar um ou dois quilos de aratu por dia, ainda têm o segundo turno pela frente...

na volta pra casa, a catadora precisa cozinhar para poder limpar os cerca de 150 animais pegos no dia. Processo de retirada do filé que leva outras muitas horas de trabalho.

“Os homens pescam em alto mar e no rio. Ele pesca o peixe e já vende pro atravessador quando desce do barco. Acho que o homem não tem paciência pra fazer o que a gente faz. É cansativo, tem que ir pra maré arrastar lama!”, diz Edna.

Ela vende cada quilo a 45 reais e garante que igual à carne de aratu não existe. O preparo favorito ela tem na ponta da língua: “Aratu ao molho branco! Com um arrozinho… é uma delícia!”.

O professor de turismo Luiz Carlos Gonçalves, do Instituto Federal do Sergipe, diz que o aratu está presente em águas de Santa Catarina até a Flórida, nos Estados Unidos.

Mas é no nordeste do Brasil que ele se concentra, e onde fez fama como uma das carnes mais típicas.
Por causa dessa riqueza cultural e gastronômica, ele foi incluído no catálogo mundial do Slow Food, um documento com mais de dois mil produtos tradicionais do mundo todo que precisam ser protegidos.
  • A poluição dos mangues, que provoca a diminuição da população da espécie;
  • E a falta de pescadores da nova geração.
Dos 3 filhos e 5 netos de Edna, nenhum quis seguir seus passos. Foram todos buscar trabalho na cidade, onde as condições são melhores.

Pra estimular que a atividade continue, há 12 anos o professor Luiz Carlos promove oficinas na Ilha Mem de Sá, local de acesso apenas de barco que fica a 50 quilômetros de Aracaju.

O povoado tem cerca de 300 moradores que têm aprendido a preparar a carne de aratu para vender em produtos processados como salsicha, aumentando o valor.

Também ocorrem oficinas de turismo, que já geraram frutos: hoje a comunidade, que já foi tão isolada, recebe um barco que sai de Aracaju e atraca na ilha, permitindo aos turistas conhecerem a cultura e a culinária local.

o professor tem a esperança de que o investimento no turismo e na profissionalização contribuam pra que a carne de aratu não se torne uma iguaria do passado...
Para que assim as pescadoras de aratu possam continuar colorindo os manguezais com seus cantos, enquanto garantem seu sustento e mantêm viva essa bela tradição.
sugestão de consumo: hot dog com carne de aratu

O biscoito que resiste ao tempo...

Imagine-se em uma praça cujo chão é todo em lajes de pedra...

Seu contorno é delimitado por prédios de arquitetura portuguesa e espanhola, do período em que as duas coroas se uniram, entre os anos 1580 e 1640...

Neste local histórico, você está segurando um biscoito retangular fino, delicado...

sua crocância rapidamente se dissolve em sabor de laranja com um toque final de limão. Hummm...Parece uma lembrança muito gostosa, não é mesmo?

Pois não precisa ser apenas uma lembrança! É exatamente assim que São Cristóvão, localizada no estado do Sergipe, dá as boas-vindas a quem a visita.

Quarta cidade mais antiga do Brasil, São Cristóvão foi fundada em 1590.

E em sua praça principal, a Praça São Francisco (aquela em que você se imaginou), está o prédio que abrigava a Santa Casa de Misericórdia no século XVII.

Ali começa a história dos bricelets, biscoitos suíços que chegaram ao município por meio das irmãs beneditinas. Vindas da Suíça, trouxeram a receita do que é hoje identidade gastronômica da cidade.
Com a extinção das ordens religiosas em 1834, a doçaria conventual foi essencial para a sobrevivência dos conventos.

A partir de 1911, a Santa Casa de Misericórdia passou a ser ocupada pela Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, que mantiveram, por muitos anos, um orfanato.

Foram essas irmãs que aprenderam a receita dos bricelets diretamente das irmãs suíças.
Vera Maria Gomes e Manoel Soares dos Santos eram dois desses funcionários.
O casal se conheceu enquanto trabalhava no orfanato, e ali deu início à construção de sua família ao adotar quatro meninas.

Os dois mal sabiam que era de lá que viria o sustento deles no futuro. Com ingredientes simples como açúcar, farinha de trigo, ovo, suco de laranja e raspas de limão, eles perpetuam esse patrimônio cultural de São Cristóvão.

os dois se tornaram assim os últimos produtores de bricelets de todo estado sergipano.
Vera relata que o segredo dos biscoitos vai além da medida certa dos ingredientes. “Para fazer os bricelets, você tem que estar bem, senão ele não fica bom”.

O amor que ela e seu marido dedicam à iguaria pode ser sentido no sabor, na apresentação do produto e, claro, no atendimento a quem visita a Casa dos Bricelets, onde vendem o biscoito junto com outras delícias da região.

Mas pandemia do coronavírus reduziu para menos da metade a quantidade de bricelets vendida por Vera e Manoel.

Sem turistas e sem eventos, o casal não teve outra opção a não ser mover o ponto da Casa dos Bricelets para um local próprio. Como eles têm uma grande preocupação em manter a tradição, preferem reduzir custos a deixar de produzir os biscoitos.

“Os clientes pedem pelo amor de Deus pra não deixar acabar nunca”, fala Vera.
A responsabilidade em não deixar os bricelets desaparecem fez com que Vera ensinasse a receita à filha mais velha.

Tanto ela quanto o casal carregam os biscoitos em sua memória afetiva, aquela vivida pelos corredores do orfanato e na cozinha das irmãs missionárias. Ainda bem.

Se depender deles, toda a pessoa que chegar à São Cristóvão vai poder saborear os famosos bricelets juntamente com a história da cidade...

sugestão de consumo: Sorvete de tapioca na calda de goiabada

Quando um sonho de criança vira negócio

quando você era criança, sonhava com o quê?
essa é a história de um sonho que virou realidade...

É com este sentimento que Maria Joseane da Costa prepara o queijo coalho da Queijaria Fazenda Nova.

Com receita ensinada pelo marido e sócio José Erinaldo Santos, que aprendeu a fazer queijo com o pai, Joseane construiu a queijaria com as próprias mãos.

O projeto foi a lembrança de um sonho que teve aos quatro anos de idade.

Nascida e criada com oito irmãos em Nossa Senhora da Glória, no sertão sergipano, a infância de Joseane foi marcada pelo amor dos pais...

O pai vendia ovos na feira para ter condições de alimentar a família...

E a mãe plantava algodão para fazer as redes que os filhos dormiam.

Apesar das dificuldades, lutaram para proporcionar estudo a todos. Joseane chegou a estudar na capital do estado, Aracaju, mas voltou à terra natal para dar início à sua linda história.

E assim o fez! O umbuzeiro, árvore típica do semiárido do nordeste, proporciona a sombra para amenizar o calor...

E desde dezembro do ano passado, a queijeira e empresária abriu as portas do estabelecimento que, como a imagem do sonho, repousa sob a sombra da árvore que já existe desde os tempos em que era criança.
O queijo coalho artesanal é muito mais do que um produto alimentício no sertão do Sergipe. Ele faz parte da história e cultura da região.

Por causa da falta de chuva e das dificuldades na agricultura, a pecuária tornou-se uma opção para os sertanejos, juntamente com o plantio de algodão. Depois que a praga do bicudo devastou a lavoura do algodão nos anos 1980, a criação de gado aumentou e, com ela, o comércio do leite.

O queijo, que antes era feito para consumo próprio, virou a principal fonte de renda das famílias diante das adversidades ambientais no sertão.

Os migrantes que iam procurar melhores condições de vida em outras regiões passaram a demandar o queijo coalho, pois queriam “levar a terra consigo”, como bem descreveu Carlos Drummond de Andrade no poema A Ilusão do Migrante.

Clique aqui para mais informações sobre a Queijaria Fazenda Nova

Quem passa pela Queijaria Fazenda Nova experimenta os verdadeiros sabores do sertão sergipano.

Além de queijo coalho (fresco e cozido), tem queijo manteiga (o requeijão sertanejo), queijo pré-cozido temperado (com charque, calabresa e ervas), queijo parmesão ralado, manteiga, manteiga de garrafa e até mozzarella!

Tudo feito pelas mãos cheias de amor e vontade de Joseane.

Além dessa vasta oferta de sabores e texturas, o local atrai curiosos que querem vivenciar um dia de fazenda. Lá, eles participam da ordenha das vacas, entendem como os produtos são feitos e, claro, comem comida boa!
Apostar em produtos com valor simbólico é entender a importância em preservar a cultura de um local contribuindo, dessa forma, com sua economia.
Joseane foi contra o fluxo migratório que levou quase 40% da população brasileira a áreas urbanas desde 1960. Em pleno semiárido nordestino, ela mantém as técnicas tradicionais na elaboração do queijo coalho caseiro.
e com o segundo líquido mais precioso do sertão, permite que as pessoas conheçam um pouco mais do sabor e da história de um sonho que virou realidade...
sugestão de consumo: Omelete com queijo coalho e cheiro de bacalhau

Feiras livres, patrimônio do Brasil

Os caminhos e lembranças de muitos brasileiros passam todos os dias por aqui...

e Fábio Caldas Chemmes é uma dessas pessoas...
As lembranças das férias da infância do baiano Fábio sempre o levam de volta à cidade de Santo Estêvão, a 40 km de onde morava em Salvador.

O pequeno município próximo ao rio Paraguaçu era onde ele encontrava parte da família e também aproveitava pra visitar as feiras locais. Sabores próprios, comida fresca, contato com o agricultor.

“O feirante traz essa bagagem de onde ele é. Você tem uma relação com ele, o feirante sabe o que você quer, o quanto você compra. Existe a relação do feirante com o freguês que é muito própria da feira.”

As feiras marcaram a memória afetiva de Fábio, que hoje é empresário do ramo turístico.

A empresa dele, Nos Cânions, promove experiências gastronômicas a bordo de um barco pelo rio São Francisco e sempre privilegia nas elaborações culinárias os ingredientes típicos comprados dos próprios produtores locais.

É só dar play que a gente te leva para um breve passeio...

São passeios de luxo com pratos que exaltam aquilo que de mais simples o local proporciona: seu sabor.

Um dos ingredientes que mais chama atenção nas preparações é a pimenta rabo-de-macaco, típica do nordeste brasileiro e que causa um efeito diferente no paladar. “É uma mistura de ardor com dormência”, explica Fábio.

Ele encontra a iguaria em uma das feiras mais especiais da região: a Feira de Canindé de São Francisco, em Sergipe...

Um verdadeiro tesouro da culinária e das artes!

É quase nas margens do rio São Francisco que os feirantes vendem uma enorme diversidade de frutas, peixes e crustáceos de água doce.

Trocam sementes, mercadorias, conhecimento e história...

“Nesses locais a gente ainda encontra benzedeiras e raizeiras, mulheres que entendem de ervas e especiarias. Também há barracas de literatura local, como cordel”, conta a professora Fabiana Mortimer Amaral, coordenadora do Núcleo de Gastronomia do Instituto Federal de Santa Catarina.

Como entusiasta das feiras como espaços turísticos, Fabiana foi a Sergipe e percorreu o roteiro completo pelas principais feiras populares.

A partir de agora a gente te leva nesse passeio mostrando por que visitar esses locais torna a experiência de viagem ainda mais especial.

A primeira parada é no Parque da Serra de Itabaiana, próximo a Aracaju...

A feira apresenta toda a biodiversidade do litoral sergipano, incluindo os peixes de água salgada.

Seguimos viagem por mais 20 quilômetros...

Chegamos a Ribeirópolis, uma cidade com característica de transição para o semiárido.

Aqui, a feira apresenta uma verdadeira exposição gastronômica dos costumes e hábitos populares do sertão.

No local há um espaço onde os feirantes se reúnem após o fechamento para comer os pratos mais tradicionais, como buchada de bode e mocotó.

Nossa próxima parada chega depois de mais 36 km de estrada...

A Feira de Glória também apresenta pratos e comidas típicas do interior do estado.

imagens internet

Rodamos mais 82 km pra chegarmos em nosso último destino...

Cruzamos Sergipe, o menor estado do Brasil, e nessa viagem pudemos notar a transição da Mata Atlântica presente na faixa litorânea para a Caatinga característica do sertão!

Nosso destino final é a tradicional Feira de Canindé do São Francisco - onde Fábio encontra a famosa pimenta com formato de rabo de macaco, lembra?

E onde se encontram os famosos meninos ajudantes de feira, correndo pra lá e pra cá com carrinhos típicos oferecendo ajuda para carregar os produtos.

Ao todo, rodamos 213 km nessa viagem!

E pudemos ver de perto espaços e costumes ainda marginalizados no Brasil, mas que têm um potencial turístico enorme a ser explorado - como já acontece em países como Índia, Marrocos e França.

Para Fabiana, a transformação das feiras em patrimônio imaterial é um dos caminhos para valorização dos locais. Mas também depende muito de cada consumidor ou visitante.

“As compras online não podem minimizar esse processo de compra na feira, que é tão especial. São diferentes, um não pode botar em risco o outro”, diz Fabiana.
e ela complementa: “Incentivar a compra nas feiras e transformá-las em atrativo turístico é uma maneira de manter esse traço cultural brasileiro vivo”.

Se você é produtor e também tem histórias cheias de sabor, conta pra gente:

Que tal contribuir com o turismo comunitário?

Até o dia 16 de fevereiro você pode ajudar a campanha Rodando Engenhos, que busca promover o turismo comunitário e pedagógico em engenhos de farinha catarinenses, mantendo esse patrimônio vivo e de portas abertas à comunidade. As recompensas são demais de lindas!

Projeto valoriza uma alimentação mais saudável

O Horta Social Urbana usa espaços ociosos da cidade de São Paulo para produzir alimentos sem agrotóxicos. Você pode assinar para receber cestas orgânicas semanalmente, mas é ainda melhor descobrir que o programa ajuda pessoas em situação de rua a se tornarem agricultores urbanos agroecológicos. Demais, não é?

Esta é pra quem curte conhecer mais sobre plantas!

Ninguém conhece melhor as espécies da Floresta Amazônica que os indígenas. Por isso o ISA (Instituto Socioambiental) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro criaram o 'Manual de Etnobotânica - Plantas, Artefatos e Conhecimentos Indígenas’. O material reúne conhecimento indígena e informação científica sobre a biodiversidade amazônica, além de ensinar a coletar, reconhecer e cultivar espécies. E é grátis!

Valorizando a história da gastronomia!

Tem prefeitura ligada na importância que a gastronomia representa para uma cidade. A Prefeitura Municipal de Diamantina, MG, em parceria com o SENAC, fará o resgate da história gastronômica do município. Entre as tarefas, está a recuperação da origem de pratos típicos. O mais legal é que os produtores vão ser envolvidos, fomentando o desenvolvimento de comunidades.

Um alerta para quem adora um cafezinho em cápsula

O consumo de café em cápsulas tem boas perspectivas de mercado, mas não podemos esquecer que o descarte correto das cápsulas é essencial. A rede Pão de Açúcar tem 52 postos de coleta de cápsulas usadas em todo o país. Elas passam por um processo de reciclagem onde os resíduos viram matéria-prima para outros produtos.

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