O bispo do Algarve deixou hoje, Domingo de Páscoa, na eucaristia a que presidiu ao princípio da tarde na Sé de Faro, um triplo convite “à fé em Cristo ressuscitado”, “à esperança e à alegria como frutos da sua ressurreição” e “ao anúncio da sua ressurreição”, apoiado no “testemunho pessoal”.
Relativamente ao primeiro aspeto, D. Manuel Quintas afirmou que “deixar-se amar por Cristo e corresponder ao seu amor, se torna caminho que conduz à autenticidade da fé, presente em tantos sinais”. “Só quem vive esta intimidade consegue passar do ver ao crer, mesmo sem compreender a verdade em que acredita”, acrescentou, referindo que “a própria fé torna-se caminho de compreensão da verdade revelada”. “Acredito em tudo o que compreendo, mas não compreendo tudo aquilo em que acredito. As verdades de fé, nomeadamente a ressurreição e a própria eucaristia, estão para além da nossa compreensão humana”, sustentou.
Neste sentido, o prelado lembrou que “a fé conserva sempre um aspeto de cruz”, “uma certa obscuridade que não tira firmeza à sua decisão”. “Todavia, há verdades que se compreendem e apreciam só a partir desta adesão que é irmã do amor, para além da clareza com que se possam compreender as razões e os argumentos”, observou, considerando ser “mais fácil acreditar para quem ama” “do que para quem compreende”.
Sobre o segundo convite, e lembrando que a Páscoa “é, verdadeiramente, a festa da alegria e da esperança”, o bispo diocesano destacou que com a ressurreição de Cristo “é toda a humanidade que participa da sua vitória sobre o pecado e sobre a morte”. “Alegremo-nos porque, se com Ele morremos, com Ele viveremos para sempre!”, afirmou, evidenciando que a ressurreição de Jesus “dá um sentido novo ao sofrimento humano”. “A luz que brota da sua ressurreição ilumina a nossa vida com todas as suas vicissitudes”, observou.
Por último, D. Manuel Quintas exortou a “acompanhar com o testemunho pessoal o anúncio de Cristo vivo e ressuscitado”, vivendo “de acordo com a vida nova recebida no batismo” e recordou que “toda a ação pastoral na Igreja tem como fonte e ponto de convergência a pessoa de Cristo ressuscitado”.
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Fotos © Samuel Mendonça/Folha do Domingo