A folia de Reis é uma prática religiosa existente por toda região do Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste brasileiros. Anualmente os grupos partem para manifestar sua fé, celebrando o nascimento de Jesus Cristo e seu encontro com os três Reis Magos. Repetindo a trajetória dos Reis do Oriente, os foliões saem entre os dias 24 de dezembro e 06 de janeiro, passando por dezenas de casas, auxiliando os fiéis no cumprimento de suas promessas e reafirmando laços com o sagrado e entre aqueles da própria comunidade.
A forma utilizada para se autonomearem irá variar de acordo com cada localidade, assim como a organização dos foliões e a musicalidade. Entre os veredeiros do norte de Minas Gerais, os ternos de reis mantêm forte vínculo com os núcleos familiares de cada comunidade, estruturando-se a partir de laços de parentesco.
Elemento de fundamental importância para a manutenção dessa prática são as promessas dos fiéis e a necessidade de prestar contas com o sagrado. O dever do folião é auxiliar os devotos no pagamento de suas promessas. Assim, a fé, as promessas e os vínculos familiares, seja nesse plano ou em outros, são elementos estruturantes do universo cosmológico das folias. Nesse sentido, o vínculo com os antepassados se torna fator importante no trabalho dos foliões.
Apresento nesse ensaio aquilo que muitos chamam de “Reis de Cemitério”, momento repleto de respeito e tensão, necessário a todos os grupos de folia da região. Nele, são homenageados e saudados aqueles que já se foram, mas de alguma forma ainda se fazem presentes.
Ciclo de Ensaios Fotográficos
O ensaio exposto é um dos 13 trabalhos selecionados em 2020 para o Ciclo de Ensaios Fotográficos promovido pelo IRIS - Laboratório de Imagem e Registro de Interações Sociais.
Através de oficinas, ciclos de mostras, apoio a projetos de pesquisas, atividades de ensino e empréstimo de equipamentos a professores, pesquisadores e estudantes vinculados ao Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília, o IRIS estimula a capacitação e a produção de conhecimento acerca da relação entre a prática antropológica e o uso da linguagem audiovisual e fotográfica em várias dimensões.
Se você faz parte da comunidade do DAN e deseja empregar os recursos técnicos e a linguagem fotográfica ou audiovisual em sua pesquisa, venha nos conhecer.