Abri um livro e...

Eu sempre li. Pelo menos desde quando me lembro.

Adorava ler gibis e às vezes as tirinhas de jornal, mesmo que eu não entendesse nada. Tinha poucos livros, no máximo dois, um sobre a lebre e o coelho e o outro não me lembro muito bem. Conforme ia passando de ano, os professores pediam para que a gente lesse aqueles livros de vestibular, confesso que quase nunca lia, na verdade, nem comprava os livros, acho que porque não me prendiam, nem cativavam. E assim foi indo até chegar na faculdade, onde eu tinha que ler mais e ficava horas e horas na biblioteca.

"Confesso que quase nunca lia, na verdade, nem comprava os livros, acho que porque não me prendiam, nem cativavam."

Então comecei a trabalhar numa loja, e uma garota me chamou a atenção. Ela sempre estava com um livro por perto, cada semana com um novo. Levada pela minha curiosidade em saber se ela realmente lia tão rápido quanto aparentava, comecei a puxar assunto sobre os livros, se era interessante e tudo o mais. Certo dia ela me trouxe um livro dizendo que eu ia gostar e que era uma história rápida e simples. Eu realmente gostei e, conforme ia terminando um, ela me emprestava outro e mais outro e mais outro e mais outro...

"Certo dia ela me trouxe um livro dizendo que eu ia gostar e que era uma história rápida e simples."

Quando saí daquele emprego, percebi que ficaria mais difícil de pegar livros emprestados com ela, então comecei a minha própria e pequena biblioteca.

A leitura me ajudou e ainda ajuda em muitas vertentes da vida (quem diria que um dia eu usaria essa palavra sabendo o significado [risos]). Expandi o meu vocabulário e me tornei uma pessoa mais tolerante, o que ajudou a me expressar melhor e saber ouvir as outras pessoas. Nunca achei que uma simples leitura ajudaria tanto no autoconhecimento como tem ajudado, aprendi a me conhecer e me entender melhor.

"Expandi o meu vocabulário e me tornei uma pessoa mais tolerante, o que ajudou a me expressar melhor e saber ouvir as outras pessoas."

Ler um livro, pra mim, é entrar em outro mundo, onde você pode ter poderes mágicos, ser um pessoa comum, mas com algo diferente, ser um investigador criminal, se encontrar com Deus numa cabana, ser um príncipe que ama sua flor ou ser uma garota escondida que escreve num diário. É ter uma vida, mas ter vivido várias.

Biografia

Nayara Cristina 24 anos, dona de uma pequena biblioteca particular, adora livros de investigação, suspense, superação, fantasia e as vezes um romance. Primeiro encontrou nos livros uma forma de fugir da solidão, depois descobriu mundos e vidas para conhecer!