Rio incerto Escassez e abundância em exposição no Museu do Amanhã
Texto de Emanuel Alencar
Barrancos íngremes ocuparam o lugar de reservatórios cobertos por água há quatro décadas. Cidades perderam o potencial turístico, criadores de peixes viram seus investimentos reduzidos a pó, caminhões-pipa foram acionados às pressas. A escassez atingiu em cheio, nos últimos dois anos, a bacia do Rio Paraíba do Sul, que abastece 12 milhões de pessoas apenas no Estado do Rio.
A falta de chuva desnudou não apenas áreas antes submersas. Expôs a falta de conservação de matas ciliares, o pífio tratamento dos esgotos e a deficiente gestão dos recursos hídricos. Metade da água distribuída no Rio perde-se em vazamentos ou ligações clandestinas. Até quando seguiremos com esta insustentável rotina? E se, num dos chuvosos dias de verão, a sorte nos abandonar? As fotos desta galeria são apenas uma pequena mostra do que pode ser visto até domingo, dia 31 de julho, no Museu do Amanhã, na exposição "Da Abundância à Escassez".


Na foto grande, lixo na Baía de Guanabara, por Marcelo Piu. No detalhe, crianças tomam banho no Complexo do Alemão. Foto de Tiago Lontra.

Enchente no Centro do Rio, por Estefan Radovicz

Esgoto na praia perto do Forte de Copacabana. Por Marcelo Piu


Um dos símbolos olímpicos, o Museu do Amanhã emoldurado pelo lixo da Baía de Guanabara. Por Márcia Foletto. No detalhe, resíduos na praia do Catalão, no Fundão e o rio Paraíba do Sul. Imagens de Custódio Coimbra.

Mortandade de peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas. Por Custódio Coimbra.

Esgoto no Jardim de Alah, Zona Sul do Rio. Por Márcia Foletto

A represa do Funil completamente seca. Por Marcos Tristão.