Jesus é o Deus que come, que dá de comer e que se dá como comida
O Deus que come
Tradição dos judeus
O Shabath (ou Shabat ou Sabá ou Sábado)
Segundo a tradição judaica, o Shabat começa ao entardecer da sexta-feira. As velas do Shabat devem ser acesas pelas mulheres da casa e uma bênção especial, recitada agradecendo a Deus pelo presente desse preceito que tem iluminado gerações. Através desse gesto, a mulher judia assinala oficialmente o início deste dia tão singular. A mesa já está posta e todos os preparativos que antecedem seu início já foram realizados. A casa está repleta de luz, física e espiritual, atraindo bênçãos para o lar, para a família e para toda a humanidade.
As velas do Shabat são tradicionalmente uma mitsvá (mandamento) para as mulheres. A mulher cria o clima da família; é sua tarefa e habilidade concedida por Deus assegurar que a luz e a harmonia prevaleçam em seu lar.
O Shabat começa em casa, com o acender de pelo menos duas velas, que simbolizam a alegria e o sagrado (lembrar e guardar / amar a Deus e ao próximo), e uma bênção. Algumas famílias adicionam uma outra vela para cada criança. Quem acende as velas, em geral as mulheres, dá as boas vindas ao Shabat com um gesto sobre as velas, depois cobre os olhos: a verdadeira luz vem do coração.
O kiddush
Kiddush (em hebraico: קידוש, literalmente, "santificação") é a bênção recitada sobre o vinho ou suco de uva para santificar o Shabat ou uma festa judaica. A Torá se refere a dois requerimentos referentes ao Shabat - "mantê-lo" e "lembrá-lo" (shamor e zachor). A Lei judaica portanto requer que o Shabat seja observado em dois aspectos. Uma pessoa deve "mantê-lo" se abstendo das trinta e nove atividades proibidas, e a pessoa deve "lembrá-lo" fazendo arranjos especiais para o dia, e, especificamente, através da cerimônia de kidush.
O termo Kiddush também é usado para se referir a refeição cerimonial servida em uma sinagoga após a recitação do kiddush na conclusão dos serviços. Nela são servidas bebidas e em muitas vezes bolos, biscoitos, e peixe.
O Kidush é recitado sobre o vinho, o que torna a ocasião festiva e enfatiza a importância da Seudá; não é simplesmente uma "refeição" que comemos no Shabat, mas também uma Seudá, um banquete, em honra da Rainha Shabat, uma celebração da grande dádiva que D’us nos deu – o santo Shabat.
A ceia pascal
A festa de Pessach é antes de tudo uma festa familiar, onde nas primeiras duas noites (somente na primeira em Israel) é realizado um jantar especial chamado de Sêder de Pessach. Neste sêder a história do Êxodo do Egito é narrada, e se faz as leituras das bênçãos, das histórias da Hagadá, de parábolas e canções judaicas. Durante a refeição, come-se matzá (pão ázimo) e ervas amargas, cordeiro, harose, e outros.
Prática de Jesus
Encarnação do Verbo
Deus em Cristo assume a condição humana: cresce em estatura, sabedoria e graça.
Nasce em Bethlehem (casa do pão)
O lugar reservado pela tradição para o nascimento do Salvador não é nada mais nada menos que Belém, a casa do pão.
Ceia como selo do chamado ao discipulado
Os exemplos de Mateus e Zaqueu
Come com pecadores e com fariseus
Aceita sempre prontamente os convites que lhe fazem para cear
Refeição como marca do seu ministério
Cerca de 40 referências evangélicas sobre a comunhão de mesa podem ser elencadas.
Nos evangelhos, o verbo comer aparece em 76 textos (90 por cento das vezes ligado às comunhões de mesa de Jesus).
Mateus 11.9: Jesus é acusado de glutão e beberrão
Lucas destina o espaço de um quinto de sua obra a essa atividade e ensinamento de Jesus. Por exemplo: em Lucas 15.1-2 Jesus é acusado de comer com pecadores em associação com o ensino.
Marcos faz culminar cada uma das três etapas do ministério de Jesus numa ceia: a) da Galileia, Jesus se despede comendo com 5 mil pessoas (6. 30-44); b) ao deixar seus adeptos da região gentílica de Decápolis, Jesus promove uma ceia em que participam 4 mil pessoas (8. l -10); c) a despedida de seus discípulos, em Jerusalém, acontece com a Última Ceia (l4. 12-26).
João estrutura sua obra, no início, com narrativa da ceia no casamento de Caná (2. l -11); no meio, com a narrativa da multiplicação dos pães (6.5-15); e, no fim, com a ceia do Ressurreto com seus discípulos à beira-mar (21. l-14).
Comunhão de mesa mesmo após sua ressurreição
Lucas 24: Emaús
João 21: Pesca maravilhosa
Atos 1: 40 dias convivendo e comendo com os discípulos
O Deus que dá de comer
Multiplicação dos pães
Alimentação dos 5 mil: Narrado pelos quatro evangelhos canônicos (em Mateus 14:13-21, Marcos 6:31-44, Lucas 9:10-17 e João 6:5-15).
Alimentação dos 4 mil: Marcos (Marcos 8:1-9) e Mateus (Mateus 15:32-39) e é con
Parábola do banquete do reino
A Parábola do Banquete de Casamento (ou Parábola do Grande Banquete ou Parábola da Festa de Casamento ou Parábola do Casamento do Filho do Rei) é uma parábola de Jesus encontrada em Mateus 22.1-14 e Lucas 14.15-24. Uma variante também aparece no apócrifo Evangelho de Tomé.
Ela inclui a extensão do convite original (aos judeus) para incluir também os gentios. Em Lucas, o convite é estendido em particular para os "pobres, os aleijados, os cegos e os coxos", evidenciando preocupação explícita com os "pobres e marginalizados".
O Deus que se dá como comida
"Eu sou o pão da vida... O pão que desceu do céu"
E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. (Jo 6.35)
Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.
"Quem come da minha carne..."
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (Jo 6.54)
"Isto é o meu corpo, tomai e comei..."
A Última Ceia foi relatada pelos quatro evangelhos canônicos em Mateus 26.17-30, Marcos 14.12-26, Lucas 22.7-39 e João 13.1 até João 17.26. Além disso, ela aparece também em 1 Coríntios 11.23-26.
Pergunta teológica relevante: "Isto" se refere ao pão ou ao gesto da partilha?
O que é
Principais correntes interpretativas
Presença real (transubstanciação)
Presença espiritual (consubstanciação)
Memorial/recordação (ato simbólico)
Para os metodistas, a Ceia do Senhor está ancorada na vida do Jesus histórico de Nazaré, mas não é meramente uma lembrança ou memorial.
Nossa tradição assevera a presença real, pessoal e viva de Jesus Cristo na Eucaristia.
Nós não abraçamos a doutrina medieval da transubstanciação, mas acreditamos que os elementos são meios tangíveis essenciais através dos quais Deus age (manifestação visível da graça invisível — Misterium fidei ).
Entendemos que a presença divina se dá em termos temporais e relacionais.
Na Santa Refeição do Cristo vivo, a Igreja do passado, do presente e do futuro se reúnem pelo poder do Espírito Santo, para que possamos receber e incorporar Jesus Cristo como dom salvífico de Deus para o mundo inteiro .
Quem participa
Mesa aberta e inclusiva de Jesus (até o traidor...)
versus
Mesa restrita é excludente das igrejas (nem as crianças...)
Como participa
"Discernir o corpo... Examine-se..."
"Esperem uns pelos outros"
"Coma do pão e beba do cálice..."
*Cuidados especiais com a ambientação, a higiene e e a preparação da mesa e dos elementos eucaristicos*
Quando participa
Todos os dias partiam o pão de casa em casa
Manifestações pós-pascais sempre aos domingos (oitavo dia/primeiro dia)
"Até que ele volte"
Por que participa
"Os sãos não precisam de médico..."
"Quem tem fome e sede venha..."
A prática metodista
Wesley, os primeiros metodistas e o dever da comunhão constante (semanal ou diariamente)
Contingências das fronteiras e dos campos missionários: escassez de pastores e consequente espaçamento temporal da celebração eucarística
Influência dos movimentos anabatista, congregacionalista e puritanos (esvaziamento da teologia da Ceia)
Redescoberta das fontes e das práticas litúrgicas: inclusividade, assiduidade, simplicidade, saciedade
Referências
FAQS: Communion. http://www.umc.org/what-we-believe/faqs-communion.
GAEDE NETO, Rodolfo. As comunhões de mesa de Jesus e a Ceia do Senhor. Disponível em http://www.luteranos.com.br/textos/as-comunhoes-de-mesa-de-jesus-e-a-ceia-do-senhor.
SOUZA, José Carlos de. Ceia do Senhor e hospitalidade Eucarística: uma perspectiva metodista. Disponível em http://www.bibliotekevirtual.org/index.php/2013-02-07-03-02-35/2013-02-07-03-03-11/529-caminhando/v06n01/4561-ceia-do-senhor-e-hospitalidade-eucaristica-uma-perspectiva-metodista.html.
ROSSAN, John Dominic. O Jesus histórico: a vida de um camponês judeu do Mediderrâneo. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
Credits:
Criado com imagens de hoyasmeg - "Bread and Wine (Cracker and Juice)_2048" • Accretion Disc - "Communion Table" • Ozzy Delaney - "Library"