CIRCO POR ALINE ZARUR

Respeitável leitor aprecie a história do circo! Da bagagem das famílias imigrantes em 1830, com o famoso circo itinerante – até o modelo que conhecemos hoje, o contemporâneo.

Não há uma data exata sobre a origem do circo. Originário em diversos países como China, Índia, Grécia, Roma, Egito e Américas, na maioria dos casos os artistas faziam o uso da força física, resistência e agilidade. Algumas atividades circenses eram realizadas para cultuar os deuses, a colheita ou, simplesmente, pelo prazer, cultuando uma relação genuína com a arte. De lá pra cá o circo se adaptou conforme as expectativas do público.

No Brasil, por exemplo, a pesquisadora Alice Viveiros de Castro apresentou uma descoberta feita na Serra Nacional da Capivara, no Piauí-BR, uma pintura rupestre com cerca de 27 mil anos intitulada de “Acrobatas do Boqueirão da Pedra Furada”. Segundo a pesquisadora, os desenhos sugerem claramente ações acrobáticas.

Os Acrobatas do Boqueirão, povo nativo que antecedeu o miscigenado povo brasileiro, tiveram descendentes muito talentosos, que enriqueceram a cultura nacional por meio de influências de diversas etnias e influenciaram a arte circense nacional.

Nossa Ilha de Vera Cruz do século XVI era considerada uma colônia insignificante e recebia pessoas que não se enquadravam nos padrões da época, sendo então marginalizadas. Muito dos navios que atracavam eram carregados de marginais vindos de Portugal, bem como nômades ciganos expulsos da Europa. Esta população dominava animais e entendia de ilusionismo. Nesta fase da história pode-se dizer que o país recebeu os primeiros saltimbancos que se apresentavam em locais públicos.

O circo evoluiu no final do século XVI, quando os povos circenses já viajavam nos lombos dos burros e seguiam o calendário das festividades católicas país adentro. Os espetáculos eram sempre realizados após as missas. Os artistas chamavam a população e interagiam para mostrar que não eram aberrações perante os expectadores.

As apresentações se moldavam de acordo com a data comemorativa no ano. Em dia de São João, era costume apresentar espetáculos pirofóricos, na festa dos reis eram exibidos esgrima e uso da força, já no natal destacavam todas as apresentações realizadas durante o ano - como uma retrospectiva de tudo.

“A tradição circense nos afirma que o primeiro circo chegou ao Brasil em 1830, circo Bragassi, mas que, no entanto, já existiam por aqui circos de pau-a-pique, feitos na base do improviso. A vinda dos primeiros circos parece que estimulou muitos outros fora do país, correndo mundo as notícias de que havia bastante dinheiro a ganhar por aqui. Assim, eles chegaram formando grandes famílias circenses que iriam construir o circo brasileiro”. (RUIZ, 1987, p.22).

Hoje o circo como conhecemos se desfragmentou em comparação ao seu início. Isso aconteceu devido ao fato de que proprietários de circos romperam com suas tradições ao buscar condições de oferecer estudo aos seus filhos. Esta geração que foi ao ensino superior voltou às origens inovando o modelo do circo itinerante para o contemporâneo.

O circo contemporâneo conta com ginastas, acrobatas, atores, bailarinos e compositores; trazendo elementos de teatro, dança, figurino bem elaborado e coreografia. As apresentações tem começo, meio e fim, como um espetáculo teatral.

Os filhos de famílias circenses se tornaram administradores de circo. Este fenômeno foi simultâneo em diversos países da Europa, nos quais abriram escolas nas grandes cidades e trouxeram pessoas de fora dos clãs tradicionais. No Brasil a primeira escola circense chamava-se Piolin, e funcionava no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Logo após, nasceu em 1982, a Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro, que despontou jovens de todas as classes sociais para o mundo artístico.

Em Bragança Paulista, interior de São Paulo, jovens de 14 a 23 anos podem ter a experiência de ter aulas de circo, dança e teatro no Projeto Entrando em Cena, que atua há cinco anos na cidade.

Entrevistamos dois alunos que por meio da arte circense são reconhecidos pelo talento e a dedicação dessa arte milenar. Raissa Costa, 22 anos, fundou a Trupe Du-Arte com mais três amigas das aulas de circo: Isadora Chagas, Julia Tolentino e Jaqueline Gomes. Elas decidiram continuar e, assim, nasceu a Trupe.

“O circo mudou bastante a minha concepção sobre meu corpo, minhas ideias, eu entendo agora que não preciso me limitar”, diz Raissa. Segundo ela, não existe fomento a cultura em Bragança, a Trupe faz o que pode para a produção das apresentações e há falta de reconhecimento. A maior dificuldade é na hora de instalar o andaime, pois ele precisa comportar o peso e impacto das meninas, confessa.

“O circo é uma modalidade nova que mexe com as pessoas causando encantamento, superação. Vale muito a pena!”.

O artista Gabriel Lucas da Siva, de 20 anos, é monitor do projeto e já tem uma trupe com os amigos.

Gabriel descreve a sensação de atuar em circo como uma explosão de felicidade “Pensa num lugar que, quando você está presente ou fazendo uma atividade fica completamente feliz, mesmo sentindo dor. É assim que me sinto no circo. Seja ensaiando, treinando ou apresentando, o circo faz com que alguma coisa dentro de mim explode de felicidade”. O artista revela a repostage que “eu que era uma pessoa muito sedentária, hoje quero treinar todos os dias porque é isso que me faz sorrir”.

Gabriel descreve a sensação de atuar em circo como uma explosão de felicidade “Pensa num lugar que, quando você está presente ou fazendo uma atividade fica completamente feliz, mesmo sentindo dor. É assim que me sinto no circo. Seja ensaiando, treinando ou apresentando, o circo faz com que alguma coisa dentro de mim explode de felicidade”. O artista revela a repostage que “eu que era uma pessoa muito sedentária, hoje quero treinar todos os dias porque é isso que me faz sorrir”.

Das aulas de arte, dança, circo e teatro para os palcos e graças da plateia, hoje Gabriel consegue hoje ganhar dinheiro com apresentações. “É difícil julgar se o que eu faço é amador ou profissional, mas eu acho que considerando que eu já consigo ganhar dinheiro com as minhas apresentações, posso dizer que já pratico circo profissional”.

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