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Oroboro contribuir para a promoção da cultura do pensamento do ciclo de vida, de forma a auxiliar os processos de tomada de decisão corporativa

Esse relatório tem como objetivo sistematizar os conhecimentos gerados pelos Projetos Referência dos grupos que passam pela Formação Integrada para Sustentabilidade no contexto do Mestrado Profissional em Gestão para Competitividade da FGV EAESP.

Formação Integrada para Sustentabilidade

MISSÃO . criar condições para fazer emergir um sujeito consciente e engajado consigo mesmo, na relação com os outros e com o todo, com sensibilidade, inteligência prática e fundamentação teórica em sustentabilidade.

Como a Formação Integrada funciona na prática?

Compreendemos que aprender é uma capacidade intrínseca e constantemente presente em nossa vida. Estamos sempre, como aprendentes, nos desenvolvendo, em constante processo de produção de nós mesmos num processo que se dá de maneira integrada: pelo o que nos acontece de fora para dentro, e pelo que percebemos, sentimos e compreendemos de dentro para fora. Visando a emergência deste sujeito mais integrado, nos baseamos em em princípios da Transdisciplinaridade, buscando combinar conteúdos e atividades que promovam:

  • Espaços para o processo pessoal de produção de sentidos de cada sujeito (autoformação), para troca e aprendizagem pelas relações do grupo (heteroformação) e para aprendizagem pelo contato com o ambiente e o conjunto de relações complexas que nele acontecem (ecoformação).
  • Condições para a vivência e a expressão do conhecimento por meio não apenas de conceitos e teorias (razão formal), mas também por meio de projetos aplicados, viagens de campo e outras experiências práticas (razão experiencial) e atividades de cunho corporal, artístico, reflexivo e contemplativo (razão sensível).

Nosso processo estrutura-se ao redor de dois eixos:

Projeto de Si Mesmo: atividades, vivências e conceitos que buscam provocar nos alunos uma percepção ampliada de si mesmos, dos outros e da realidade, ativando, expandindo e contribuindo com a apropriação do seu potencial sensível/perceptivo, reflexivo e criativo. Ao longo dos três semestres da Formação Integrada esperamos que os alunos possam:

  • Desenvolver linguagem para perceber, abordar e atuar numa realidade complexa (multirreferencial e muldimensional);
  • Integrar a dimensão subjetiva e sensível como fonte de conhecimento;
  • Incorporar o diálogo como atitude de abordagem ética;
  • Reconhecer a complexidade da realidade e identificar seus diferentes níveis e perspectivas/paradigmas.

Projeto Referência: projetos voltados a desafios reais, onde conhecimentos de gestão possam ser ampliados e aplicados sob a ótica da sustentabilidade. Os semestres I e II terão um Projeto Referência diferente, o qual será proposto e selecionado pelo próprio grupo. De maneira geral, o tema do PR deve estar relacionado à dimensão trabalhada no semestre e oferecer uma entrega prática e aplicável. Por seu caráter altamente prático e experiencial, o PR oferece uma oportunidade singular para o grupo entrar em contato direto com situações complexas, que envolvem diversas realidades, atores e variáveis, e onde não há respostas óbvias e prontas. Ao final do semestre, a entrega do projeto é apreciada por convidados externos e avaliada pelo próprio grupo e pelos professores da disciplina, conforme critérios de avaliação detalhados abaixo. Por meio do PR, esperamos que os alunos possam:

  • Ampliar sua percepção sobre a realidade e suas relações, por meio do entendimento e da busca por soluções práticas a desafios reais da sustentabilidade;
  • Conectar os conceitos e ferramentas que estão na fronteira do conhecimento em Sustentabilidade com suas práticas de gestão;
  • Integrar conhecimentos dos diferentes temas da sustentabilidade e da gestão, com visão crítica e sistêmica.
  • Atuar como agentes de mudança e transformação rumo ao desenvolvimento sustentável.

O percurso para este processo de trabalho é baseado na Teoria U: desenvolvida por Otto Scharmer e outros pesquisadores da área de Aprendizagem e Mudança Organizacional do MIT, “a Teoria U propõe que a qualidade dos resultados que obtemos em qualquer sistema social é consequência da qualidade de percepção e consciência a partir da qual operamos nestes sistemas.” (Presencing Institute) Trata-se de um framework; um método para liderar mudanças profundas; e uma maneira de ser – conectando aos aspectos mais autênticos e elevados do indivíduo.” Como processo, a Teoria U propõe três macro etapas: (i) Observar, observar, observar ("descida do U"): investigar e compreender um sistema de dentro dele, interagir com os stakeholders chave, abrir-se à escuta, sentir; (ii) Retrair e refletir ("meio do U"): silenciar para conectar-se consigo mesmo e com sua fonte sensível de percepção e criatividade (Presencing); e (iii) Agir em um instante ("subida do U"): deixar emergir resultados inovadores colocando em prática as soluções possíveis - ainda que em forma de protótipos - e aprendendo com elas.

SAIBA MAIS ACESSANDO NOSSOS VÍDEOS

Ciclo de Vida do Produto

Nosso projeto tem como desafio contribuir para a promoção da cultura do pensamento do ciclo de vida, de forma a auxiliar os processos de tomada de decisão corporativa em resposta às tendências de consumo contemporâneas no campo da sustentabilidade.

"Os principais objetivos do PCV são reduzir os recursos utilizados e as emissões de GEE, bem como melhorar a performance socioambiental de um produto ou serviço, facilitando elos entre as dimensões econômica, social e ambiental, tanto dentro de uma empresa quanto em seu relacionamento com sua cadeia de valor" (Life Cycle Initiative, 2017)

Alcione Silva, Alessandra Azevedo, Felipe Faya, Juliana Rangel, Mauro Paradella, Mônica Monteiro, Rafael Guimarães

Enunciado

Pensamento do Ciclo de Vida na tomada de decisões

O nome do nosso grupo, Oroboro, foi escolhido por sua simbologia, que se relaciona às ideias de ciclo e recriação. Segundo o Dicionário de Símbolos, "a Ouroboros ou Oroboro é uma criatura mitológica, uma serpente que engole a própria cauda formando um círculo e que simboliza o ciclo da vida, o infinito, a mudança, o tempo, a evolução, a fecundação, o nascimento, a morte, a ressurreição, a criação, a destruição, a renovação. Muitas vezes, esse símbolo antigo está associado à criação do Universo". (Fonte: https://www.dicionariodesimbolos.com.br/ouroboros/)

Investigação e escuta

Questões e inquietações iniciais

Conduzimos o processo de investigação buscando responder às questões e inquietações abaixo:

1. Quais são os princípios do PCV? Como o tema está desenvolvido no Brasil? Quais são as principais iniciativas em andamento? Qual a perspectiva para os próximos anos?

2. Quais são os motivadores de implementação do PCV na tomada de decisão?

3. Quais são as empresas que incorporam o PCV na tomada de decisão? Qual o status? Quais os benefícios do uso do PCV? Quais são as áreas envolvidas? Quais são os desafios?

4. Qual o papel do PCV na criação de valor compartilhado?

5. Quais são as boas práticas de implementação e uso de PCV na tomada de decisão?

28/09/2018 - Kickoff do Projeto Referência - Oroboro (da esquerda para direita): Rafael Viñas - Fundação Espaço Eco; Alessandra, Rafael, Mauro, Felipe, Juliana, Monica e Alcione - mestrandos FGV; Fernanda Miranda - Duratex; Matheus Fernandes e Ricardo Dinato - CiViA FGV.

Fontes de investigação (stakeholders envolvidos, bibliografias, dados secundários etc)

A principal e mais rica fonte de dados utilizada foram as conversas com stakeholders, especialistas no tema ou pessoas que lideram ou trabalham com o tema em suas organizações. As entrevistas ocorreram com stakeholders variados, tais como academia (CiViA-FGV), institutos especializados (Fundação Espaço Eco), pequenos empreendedores (Utopiar e Livraria Simples), empresas (Duratex) e outras instituições (SEBRAE Nacional e SEBRAE Goiás, focado em sustentabilidade).

A referência bibliográfica contemplou os websites de instituições orientada para o tema de ciclo de vida, como lifecycleinitiative.org e da ONU Meio Ambiente e, também alguns textos recomendados pelo time do CiViA, incluindo a dissertação de mestrado de Beatriz Kiss com o título Análise da aplicação do Pensamento de Ciclo de Vida na gestão empresarial - Estudo de Casos Brasileiros.

A conversa com o time do Centro de Sustentabilidade SEBRAE-GO e os materiais sobre ecoeficiência disponibilizados no website www.ecoinovação.com.br foram fundamentais para obter informação simples sobre PCV e foi a base para decidirmos trabalhar com ciclo de vida aplicado ao setor têxtil. A Cartilha intitulada Ecoinovação nos Pequenos Negócios tem material rico e bastante didático sobre como os pequenos e médios empreendedores podem considerar os aspectos socio-ambientais em seus modelos de negócio e na cadeia de valor , com visão clara sobre os possíveis impactos nos resultados financeiros da empresa.

Cadeia de Valor Têxtil, com as cinco etapas consideradas na Análise de Ciclo de Vida do Produto: Matérias-primas, Produção, Distribuição, Uso e Pós-Consumo (Fonte: Cartilha Ecoinovação nos Pequenos Negócios, disponível em www.ecoinovação.com.br)

Quando definimos encaminhar o nosso produto para um jogo de tabuleiro sobre PCV e, após a conversa com o especialista em gamificação e jogos de tabuleiros Fabiano Onça, que nos recomendou testar alguns jogos existentes para entendermos melhor a estrutura dos jogos, passamos algumas horas na Ludus Luderia (www.ludusluderia.com.br), casa especializada em jogos de tabuleiros, na cidade de São Paulo. Além da diversão garantida, esta experiência foi muito importante para definirmos os sistemas principais e complementares do nosso jogo.

Formas de coleta de dados (kick off, entrevistas, observações)

Ao longo do processo de investigação, tivemos a oportunidade de conversar com especialistas no tema de PCV, dentre eles Ricardo Dinato, Beatriz Kiss e Matheus Fernandes do CiViA - FGV, e Rafael Viñas da Fundação Espaço Eco. Também conversamos com representante de Sustentabilidade da Duratex, Fernanda Miranda sobre a implementação de PCV na empresa, com Beatriz Duarste, empreendedora da ONG Utopiar e com representantes do Centro de Sustentabilidade SEBRAE-GO, Alexandre Abrosini, Adriana Gonçalves, e Valéria Vidal.

Principais aprendizados e insights

Em umas das aulas de Formação Integrada, tivemos a oportunidade de refletir sobre os aprendizados e insights que emergiram durante o processo de investigação, tanto em relação ao produto em si, como também em relação ao entrosamento e jornada que vinha sendo realizada pelos integrantes do grupo. Foram utilizados como norteadores os elementos da Matriz TransD (conceituação abaixo).

Quanto ao aspecto das relações, do entrosamento do grupo e motivação para o trabalho, neste momento registramos a curiosidade, leveza, animação, adrenalina e a ansiedade. Foi um importante momento de alinhamento de expectativas e ainda maior união do grupo em favor de atender o desafio inicial a que nos propusemos. A partir deste momento, nos engajamos na construção do produto final - jogo de tabuleiro sobre PCV, e um ritmo constante de desenvolvimento do trabalho, com definição clara de papeis e responsabilidades, o que trouxe tranquilidade ao processo.

No que se refere ao processo de investigação sobre PCV, resultante das entrevistas com stakeholders e pesquisas, registramos que ainda há falta de compreensão sobre o tema, barreiras para sua aplicabilidade na tomada de decisão pelas empresas, greenwashing e oportunistas, falta de recursos e apoio técnico.

09/11/2018 - Matriz TransD construída pelo grupo em uma das aulas da disciplina de Formação Integrada

Matriz como um instrumento transdisciplinar de exploração: “De acordo com Högger, dentro da estrutura da matriz, podemos nos mover tanto horizontalmente quanto verticalmente e, à medida que nos movemos, da direita para a esquerda, estaremos indo das realidades externas para as realidades internas, o que significa dizer que poderemos visualizar aspectos que vão de dados concretos para aqueles que podem ser sentidos e intuídos. Agora, quando nos movemos de baixo para cima, estaremos nos movendo da base física e emocional para o telhado espiritual, com seus conceitos e perspectivas Em outras palavras, esta passagem, de certa forma, revelaria o que ‘sustenta’ as pessoas (olhando para trás) e o que elas ‘procuram’ (buscam no futuro). Assim, movimentos regidos em diferentes sentidos otimizam a visão de uma realidade que muitas vezes não se desenha por si só. Dessa forma, a Matriz Transdisciplinar de Exploração (MTE) comporta-se como um instrumento que viabiliza a exploração de sistemas de sustentação, isto é, da realidade local. Na verdade, a MTE, quando aplicada, possibilita a exploração da realidade material e da realidade sensível e experiencial 8 , ou seja, da realidade externa e da realidade interna ( da pessoa que está no processo, enquanto coformação). Por tal motivo, ela é vista como um instrumento prático para a compreensão da completude dessa realidade, pois revela a sua multidimensionalidade e multireferencialidade. A apropriação do conhecimento dessas realidades é de grande relevância para a transdisciplinaridade.” (STEFFEN, H. - Matriz Transdisciplinar de Exploração: Um Referencial Cognitivo no Projeto Telemar Educação)

Presencing: retrair e refletir

09/11/2018 - Sentimentos, sensações e insights individuais durante construção da Matriz TransD em uma das aulas da disciplina de Formação Integrada

Sentimentos, sensações e insights individuais (depoimentos de cada membro do grupo narrando sua percepção nesta etapa do percurso)

“Ao optar pelo tema de ciclo de vida, o objetivo era construir um produto que contribuísse para a disseminação e aplicação do PCV pelos tomadores de decisão e, neste processo, também aprendermos mais sobre este tema, já que não consta de disciplina padrão do nosso curso. Embora já haja muito desenvolvido e algumas empresas já estejam bastante avançadas na implementação de PCV na sua estratégia de negócio, o número ainda é inexpressivo e, mesmo estas empresas, ainda enfrentam desafios. O nosso processo foi desafiador e intenso pelo pouco conhecimento inicial, mas foi extremamente rico e gratificante...além do conhecimento, seguramente levaremos lembranças de momentos de muita diversão.” (Alessandra Azevedo)

"Particularmente me interesso muito pelo tema do ciclo de vida. O trabalho me fez mergulhar neste universo tão complexo e desafiador. O tema do ciclo de vida te faz refletir sobre suas escolhas e te orienta na tomada de decisão. Poder contribuir com a divulgação desse tema me fez escolher por esta equipe. O envolvimento da equipe foi muito boa e tornou a jornada muito mais leve. Escolher um jogo para auxiliar na divulgação do tema foi extremante desafiador, mas ao mento tempo muito prazeroso. Desejo que este produto atinja seu objetivo final de levar o pensamento do ciclo de vida para muitas pessoas." (Juliana Rangel)

"Me sinto um tanto atordoado no momento por querer, mas não conseguir dispor de tanto tempo para o projeto. Ao mesmo tempo percebo que encontrar um sentido no trabalho é realmente um divisor de aguas. A partir do momento que acontece um entendimento de grupo acerca da motivação sobre o projeto, a subida do U é muito intensa. Ando bastante impressionado com a disposição e energia do grupo, que vem demonstrando uma capacidade de realização muito grande." (Felipe Faya)

"Porque não há tempo, você sabe, nós pensamos que o tempo é generoso mas nunca existe muito tempo para quem tem uma tarefa." (Hilda Hilst). Cito Hilda porque a leitura de sua biografia me acompanhou durante o processo de construção desse projeto. Nela, Hilda, tudo foi intenso, assim como o nosso processo em grupo: horas de dedicação para definir detalhes, palavras, fluxos, circularidade, sentido. E essa profundidade só existe quando o amor está presente. Para além de entregar um projeto referência, estávamos unidos por algo maior, seja um bem ao Planeta, seja a vontade de nos conectarmos aos outros lados de nossas personalidades que não estão presentes no dia a dia das aulas. Então, existe essa vontade de estar junto à pessoas tão especiais, talentosas e inspiradoras, e o projeto nos proporcionou a nobre missão de reunir esses seres para a construção de algo comum e certamente relevante." (Alcione Silva)

"Vivemos numa época em que tudo é passageiro, onde empresas programam a obsolescência e a substituição de seus produtos antes mesmo de serem produzidos, em que esgotamos os recursos naturais de nosso planeta, e nele depositamos, sem cuidado, tudo que nos sobra. Esses temas me levaram ao mestrado, e me atraíram ao nosso Projeto Referência. Ao longo de seu desenvolvimento, tive o privilégio de me conectar com outras pessoas também interessadas em cuidar de nosso futuro. Nossas conversas, pesquisas e interações me ajudaram a conhecer mais sobre o pensamento do ciclo de vida e abriram oportunidades para que, juntos, refletíssemos sobre os impactos causados por nossos padrões de vida e consumo, e trabalhássemos em busca de um futuro mais sustentável." (Mônica Monteiro)

"Iniciamos o projeto referência deste semestre com um desafio de não somente promover o Pensamento do Ciclo de Vida como também de entendermos mais profundamente seus conceitos, já que nenhum dos integrantes do grupo possuía experiência com o tema. Iniciamos do zero e em poucos meses tivemos oportunidade de ter ótimas conversas com diversos profissionais de diversos setores que aplicam o PCV em seus negócios. Entendemos que há diversas iniciativas e materiais já desenvolvidos mas que ainda não são amplamente divulgadas no mercado e assim, optamos por desenvolver um jogo lúdico para contribuir com a comunicação e alcance da causa. Aprendemos muito e nos divertimos demais com o processo de desenvolvimento do jogo! Tenho certeza que este projeto não se encerra aqui e espero que possibilite que muitas outras pessoas aprendam mais sobre PCV e se divirtam tanto quanto nós!". (Mauro Paradella)

"Como aterrissar um tema tão denso, complexo e técnico - o Pensamento do Ciclo de Vida - de uma maneira simples, prática, descontraída e descentralizada? Parecia um desafio grande demais para os 2 ou 3 meses (ou os poucos finais de semana) que teríamos para desenvolver um protótipo adequado, sobre um tema que pouco sabíamos. Ouvimos pessoas de diversas instituições, de diversos setores da economia, empreendedores individuais e representantes de grandes empresas, pesquisadores da academia, sobre quais deveriam ser os temas mais relevantes a abordarmos e como poderíamos conquistar nossos "clientes"... mas foi quando nós mesmos - os estudantes - nos percebemos como parte do público impactado por esse projeto, nos vimos como o próprio objeto de estudo, que entendemos o que iria nos cativar no aprendizado do PCV. Havia de ser divertido. Um jogo! Que sensacional... e lá fomos, juntxs, aprender sobre PCV e os processos constitutivos de jogos, suas dinâmicas e sistemas complexos. No final de tudo, geramos não apenas um bem público simples, prático, descontraído e escalável... ganhamos também conhecimentos sobre como motivar, engajar e estimular públicos para a educação. Foi uma jornada profunda e com grande dedicação, com um resultado muito bacana e prazeiroso de dizer: 'fiz parte disso'! ". (Rafael Guimarães)

08/12/2018 - Prototipagem do Jogo Oroboro pelos integrantes do grupo

Desenvolvimento do produto final: agir em um instante

Conversamos com vários especialistas em Pensamento do Ciclo de Vida e, ao longo do processo de investigação, é natural que emerjam algumas ideias de produtos. Pensamos em guia prático de implementação, elaboração de um curso, guia de boas práticas, mas após a reunião com o time do Centro de Sustentabilidade do SEBRAE-GO, entendemos que uma forma acessível a todos os públicos e mais lúdica, contribuiria melhor para atingirmos o nosso objetivo. Neste processo houve boas horas de dedicação, incluindo conversa com especialista em gameficação - Fabiano Onça, teste de estrutura e dinâmica de alguns jogos recomendados na Ludus Ludderia e, por fim, elaboração do nosso produto e testes.

Nosso produto se constitui em um jogo de tabuleiro que tem como tema o Pensamento do Ciclo de Vida, orientado para o segmento Têxtil. A inspiração veio de material disponibilizado pelo Centro de Sustentabilidade do SEBRAE-GO sobre ecoinovação, em que é utilizado o mercado têxtil para orientar o pequeno e médio emprendedor sobre as boas práticas de ecoeficiência em suas decisões de negócio. A cada jogada - 18 no total, divididas num período que representa 3 anos - cada um dos jogadores, donos de empresas concorrentes de confecção com lojas próprias, deve tomar decisão de aumentar a produção ao mesmo tempo em que deve ter em conta os impactos socioambientais decorrentes de suas escolhas. Ganha o jogador que gerar maior receita e menor impacto social e ambiental.

Na primeira rodada do jogo, foram 10 horas de jogo pelo próprio grupo para testar regras, componentes, dinheiro disponível no jogo, calibração e discussão de temas em cada uma cartas, entre outros. A partir daí, muitos ajustes foram feitos durante noites seguidas, com cada membro do grupo assumindo uma frente do trabalho (design, calibração, revisão textual, descrição de regras, impressão de tabuleiros, compra de botões/dedais, etc). A segunda rodada, após muita dedicação do time, aconteceu já com o tabuleiro finalizado, com todas as peças previstas (dinheirinho, botões, filipetas etc), e contou com a participação de especialistas no dia da entrega final do nosso PR, em 14/12/18. O jogo foi aplicado simultaneamente em duas mesas, em grupos de 6 pessoas cada; devido ao tempo limitado e a importância de colher os depoimentos dos convidados, foi possível aplicar apenas jogadas referentes ao primeiro período (de um total de três), mas já foi suficiente para possibilitar a experiência prática do jogo aos participantes.

Os próximos passos contemplam acolhimento das contribuições dos nosso convidados e revisão do nosso produto para, então, efetuarmos uma nova rodada de prototipagem.

Capa da apresentação do produto final

Produto Final

O protótipo do jogo Oroboro foi apresentado a especialistas nas áreas de pensamento do ciclo de vida e moda sustentável, que disputaram duas partidas simultâneas e nos forneceram seus comentários e observações sobre pontos de melhoria.

14/12/2018 - Uma das mesas preparadas para a aplicação do jogo Oroboro

Ao jogar, cada jogador tem que tomar decisões sobre oportunidades de maior produção e receita, considerando os potenciais impactos socioambientais de cada decisão, e podem ser surpreendidos com mudanças regulatórias, pressões sociais, fiscalizações e outros eventos, que tanto podem aumentar sua lucratividade quanto prejudicar suas operações.

14/12/2018 - Convidados jogam o Oroboro

Nossa expectativa é que, de uma forma lúdica, o jogo Oroboro seja um suporte ao compartilhamento de informações e estimule os jogadores na adoção do Pensamento do Ciclo de Vida em suas operações produtivas e relações corporativas.

14/12/2018 - Grupo e convidados ao final da atividade

Nossos agradecimentos a André Camargo (Macgen), Beatriz Duarte (Utopiar), Beatriz Kiss (FGV-CiViA), Chiara Gadaleta (Portal Ecoera), Edmundo Lima (ABVTEX), Fernanda Ferraz (Samaúma Gestão para a Sustentabilidade), Rafael Viñas (Fundação Espaço Eco) e Ricardo Dinato (FGV-CiViA). Ficamos honrados com a presença, o apoio e com os sinceros comentários que enriqueceram o debate e contribuirão para a melhoria do jogo Oroboro e, portanto, para a difusão do Pensamento do Ciclo de Vida.

Oroboro (da esquerda para a direita, sentido horário): tabuleiro central, filipetas dos jogadores, cartas do jogo e dinheiro.

Contatos:

Alcione Silva - alcione.silva@gmail.com

Alessandra Azevedo - alessandra.c.a@uol.com.br

Felipe Faya - felipefaya@yahoo.com.br

Juliana Rangel - jurangelc@hotmail.com

Mauro Paradella - paradella@gmail.com

Mônica Monteiro - nicamonteiro@uol.com.br

Rafael Guimarães - santosguimaraes.rafael@gmail.com

Apoio:

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