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Plano de gestão sustentável do Senado vira modelo para outras instituições públicas

Aline Guedes, da Agência Senado

Publicado em 10/9/2018

O Senado se prepara para compartilhar com as demais casas legislativas o programa que tem tornado seus processos administrativos mais sustentáveis. O Plano de Gestão de Logística Sustentável (PGLS), que também tem enfoque na economia de recursos, já é considerado um os principais avanços da Casa nos últimos anos. E deve servir de modelo para câmaras de vereadores e assembleias legislativas. Uma versão adaptada será apresentada e disponibilizada, a partir de novembro, com o objetivo de superar dificuldades ambientais e institucionalizar processos.

Segundo a diretora do Núcleo de Coordenação de Ações Socioambientais do Senado (NCAS), Karin Kassmayer, um dos maiores êxitos é a redução de consumo de copos plásticos (com a não aquisição) e sua substituição por copos biodegradáveis, disponibilizados somente para áreas prioritárias do Senado, como a de visitas externas, por exemplo. Além disso, ela destaca a diminuição de impressões, por meio da substituição do papel pelos meios eletrônicos, atendendo aos critérios de sustentabilidade.

— O consumo médio dos copos caiu de 2.325 pacotes em 2015 para 314, em 2017. É uma redução de 94%, considerando o custo econômico, e de muito maior importância, quando pensamos nos aspectos ambiental e social — ressaltou.

Karin Kassmayer lembra que o PGLS já está na segunda versão. Redução ainda mais significativa do consumo de impressões, por meio de um sistema de controle chamado chamado “impressômetro”, está entre as metas a serem implementadas a partir deste mês de setembro em todos os setores do Senado, inclusive nos gabinetes. A ideia, disse ela, é criar a cultura do não desperdício e evitar gastos desnecessários, e o uso pessoal dos equipamentos.

— Nosso grupo de trabalho atua, inclusive, na orientação do setor de compras, listando itens que atendem aos critérios de sustentabilidade e que prevejam a logística reversa, que são os procedimentos para reaproveitamento dos materiais. Todas essas ações são desenvolvidas em parceria com órgãos do Senado como Secretaria de Infraestrutura, Prodasen e outros — afirmou.

Acessibilidade

Infraestrutura, acesso à informação, mobilidade, gestão de pessoas, educação e acessibilidade são os cinco eixos temáticos do Ato da Diretoria-Geral 4/2018. A inclusão plena das pessoas com deficiência, em condições de igualdade, é elaborada com participação de representantes de diferentes áreas da Administração do Senado e de servidores com deficiência. O objetivo, segundo Karin Kassmayer, é garantir a participação plena e efetiva da pessoa com deficiência no convívio diário com a atividade pública da Casa.

— Adaptação de banheiros, elevadores de acesso, rampa de acesso à Mesa Diretora, empréstimo de cadeira de rodas ou triciclo motorizado a visitantes e funcionários, carro adaptado, vagas nos estacionamentos, são algumas ações de sucesso que podemos destacar – ressaltou.

A acessibilidade comunicacional é outra meta prevista no PGLS, já em andamento. Entre as principais ações está a interpretação de Língua Brasileira de Sinais (Libras), legenda em tempo real e áudio-descrição em eventos institucionais; legislação em Braille e em Libras; closed caption na TV Senado; acessibilidade no portal do Senado na internet; documentos funcionais acessíveis aos servidores com deficiência visual, descrição e imagens nas mídias sociais e cursos à distância.

Karin destaca, ainda, a contratação de pessoas com deficiência intelectual para atuação na Biblioteca e o incentivo à contratação de estagiários e jovens-aprendizes com deficiência. “Tudo isso, aliado à transparência, nos coloca no ranking das instituições públicas mais respeitadas do país”, comentou.

Algumas ações de acessibilidade do Senado: interpretação em Libras, campanhas de conscientização, contratação de estagiários com deficiência e empréstimo de triciclos motorizados

Pró-Equidade

O Senado foi um dos primeiros órgãos públicos a aderirem ao Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, do governo federal. Criado há 10 anos, o programa estimula o fortalecimento da igualdade no local de trabalho, com ações como linguagem inclusiva nas documentações, licença-maternidade de 180 dias e ampliação da licença-paternidade, além da adequação de uniformes e equipamentos de segurança.

Somente nos últimos dois anos, o programa ajudou a aumentar em quase três vezes o número de mulheres em cargos de chefia no Senado, como informa a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka.

— Na alta direção da casa, hoje temos mais de 30% de mulheres. Nos cargos de FC3 e FC4, estamos na faixa de 35 a 36%, no quadro de comissionados estamos em meio a meio e, dos efetivos, somos 28% de mulheres e 72% homens, o que pretendemos corrigir nos próximos concursos — informou.

Ilana Trombka: ações do Senado fortalecem a equidade de gênero e étnica no ambiente de trabalho (foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Ilana ressaltou que 2% das terceirizadas contratadas pelo Senado são mulheres em situação de vulnerabilidade social. Feitas em parceria com o governo do Distrito Federal, essas contratações são mantidas sob sigilo, para manter a integridade das funcionárias. Outros avanços, segundo a diretora-geral, são a implementação do Programa Mães Nutrizes, que proporciona horário reduzido de trabalho durante 15 meses, inclusive para ocupantes de cargos de direção, com o objetivo de facilitar o aleitamento materno; o atendimento de cotas de 20% para pretos e pardos nos concursos e contratações de terceirizados, além de 10% de estagiários portadores de deficiência.

— Temos aperfeiçoamentos constantes, e tudo isso naturaliza a questão da deficiência e nos faz aprender que a diferença constrói. Já atingimos essas cotas rapidamente no Senado, e percebemos que a deficiência, comparada à eficiência que todos nós temos, desaparece acentuou.

A gestora do Programa Pró-Equidade, Maria Terezinha Nunes, destacou ainda as pesquisas de projetos sobre a condição da mulher e as ações de valorização étnica, a exemplo do ensaio fotográfico Mulheres Negras no Senado, cartilhas, folders e oficinas para tratar da equidade.

Programa Inclusão

Programa mensal da TV Senado, produzido e dirigido pela jornalista Solange Calmon, o Inclusão já foi agraciado com importantes distinções nacionais: O Prêmio Vladimir Herzog, Prêmio Clara de Assis de TV, Prêmio Imprensa Embratel e Prêmio Alexandre Adler de Jornalismo em Saúde.

Em 2015, o programa recebeu o Prêmio Orgulho Autista, do Movimento Orgulho Autista Brasileiro (MOAB), ao abordar um seminário sobre educação de autistas, no Interlegis, promovido pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE).

A intenção da TV Senado, com o produto, é mostrar iniciativas voltadas para o bem-estar comum e para a superação de dificuldades de brasileiros que, de alguma forma, foram excluídos do processo produtivo e do convívio social.

Solange Calmon apresenta o premiado programa Inclusão, da TV Senado

Prioridade

Ilana Trombka informou que a alta administração do Senado continuará investindo em todas essas frentes. Além de prioritárias, a diretora ressaltou que as ações do Senado estão em consonância com as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU).

— Investir é um desafio que nunca parou, e a gente está sempre procurando formas e novas tecnologias, para fazer cada vez mais e melhor e de maneira inteligente. O Senado está cada vez mais associado aos objetivos de desenvolvimento sustentável do milênio, até porque o mundo é um só e, ao realizar nossas ações em conformidade com as determinações da ONU, nós alcançamos uma melhoria constante e conquistamos a cultura da busca pela eficiência — declarou.

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Senado Inclusivo

Programa Inclusão, da TV Senado

Em entrevista ao programa Cidadania, da TV Senado, a diretora-geral da Casa, Ilana Trombka, fala sobre os programas da instituição para promover a sustentabilidade e equidade, com economia de recursos e melhoras no ambiente de trabalho.

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