A Bússola e o Viajante bússola interna

Há uma bússola interna que ecoa em pensamentos e sentimentos, que na solidão leva às águas tranquilas, onde repousam as cinzas da alma. Águas tranquilas que desmancham partículas e partículas dessa poeira. Água que era doce se tornou amarga. O amargo que fortalece as juntas de cada canto do corpo e o faz caminhar em passos largos e valentes.

Um minuto de silêncio em um lugar de caos é a paz em meio a guerra. Bússola interna ecoa no silêncio e ensina como voar, como desviar de caminhos inconstantes e traiçoeiros. Vigilante da alma, viajante na calma, visitante nas incertezas. Desperta ó bussola com gentileza o coração do perdido. Renasça o esqueleto do pó das cinzas, renasça das cinzas da alma e se desfaça nas águas do deserto. Purifique-a, purifique a beleza de seu brilho.

Ó Bússola, faça o viajante seguir o seu ritmo, seu compasso, na síncope do seu pulso até se formar um contigo. Já lhe basta as inconveniências da sutileza do sombrio. Leve-o onde seja possível enxergar a luz que reflete no que restou do seu interno, que se fundiram em matérias sólidas e íntegras pelo fogo vivo e consolidador. Onde o infinito é desvendado num piscar de olhos. Onde o imperfeito não tem voz, nem símbolos de sua existência, mas sim a penetrante harmonia da beleza que uma vez era oculta e agora é revelada em tal grandeza.

Viajante, cuide em carregar a bússola, deixe-a à vista, não desconfie dela, apenas sinta seu ponteiro apontar o caminho. Não duvide, é o único jeito de chegar ao lugar seguro, ao lugar onde tudo é real. Lembre-se que até chegar lá haverá de tudo para impedir, haverá o que parece ser bom, mas não é, haverá um banquete dos frutos da incerteza e do medo do desconhecido, cuidado com esses frutos, parecem ser bons, saborosos, mas te fazem andar em passos pesados, cansados. Não se preocupe se não conseguir enxergar quando a visão estiver embaçada, esteja atento em sentir o seu ponteiro, em sentir seu compasso. Ele saberá exatamente como conduzi-lo, pois já foi viajante também. Cuide dela, para que não se perca. Tenha zelo por ela pois alguns querem rouba-la. Tentarão, mas desistirão, pois a força que há nela também há em você. Lembre-se a bússola já foi viajante também, por isso deve segui-la. Siga, seguro, suave, sagrado, e servo dos que precisam de auxílio. E diga adeus aos que ficarem para trás.

Boa viagem viajante, vá com a Bússola!

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