INOVAÇÃO - FUNDAMENTOS Hirene Heringer - Gestão da Inovação

Apresentação da oficina

Essa oficina trata do tema INOVAÇÃO e traz melhor compreensão do que vem a ser seu significado e valor das ideias.

Ao realizar essa oficina você estará adquirindo e aprofundando conhecimentos a respeito deste tema tão relevante para o desenvolvimento econômico.

Em complemento aos textos, recomenda-se que você assista aos vídeos indicados, pois fazem parte do seu aprendizado.

E, finalmente, para você avaliar seu conhecimento deverá responder as questões de múltipla escolha.

Entendendo a Inovação

Inovação é, para a espécie humana, o principal vetor que possibilitou sua sobrevivência. Inovar, portanto, faz parte da nossa natureza. Desde a criação das primeiras ferramentas, utensílios e armas, a história da humanidade pode ser contada e confundida com a história das inovações criadas pelo homem. Não estamos falando apenas de novas tecnologias e novos produtos. Sempre que nos referimos à descoberta do fogo, à fala, à invenção da roda, à invenção dos números, aos rituais de sepultamento, à escrita, à matemática, à música, à agricultura, à criação das cidades, à invenção da moeda, ao papel, à religião e à psicanálise, entre outros, estaremos falando de exemplos do gênio criativo e inovador do ser humano. O homem inova constantemente, buscando satisfazer suas necessidades físicas, lógicas e emocionais. No mundo dos negócios, esse fenômeno também se repete. As necessidades das pessoas mudam, mudam os produtos, mudam os processos e as tecnologias. Mudam as organizações e seus métodos de trabalho. Como as empresas estão expostas à concorrência cada vez maior, inovar é a forma mais eficaz de manter-se competitivo.

A inovação não é!

Ciência é o conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao universo objetivo, envolvendo seus fenômenos naturais, ambientais e comportamentais.

Tecnologia é o conjunto ordenado de todos os conhecimentos científicos, empíricos e intuitivos, necessários à produção e comercialização de bens e serviços.

Descoberta é uma ação que conduz ao surgimento de uma nova teoria, uma nova lei, um novo conceito ou um novo processo, que poderá reestruturar o pensamento das pessoas em um determinado campo do conhecimento.

Invenção é a ação que conduz ao desenvolvimento de um novo dispositivo, um novo método ou uma nova máquina, que poderá mudar a maneira pela qual as coisas são feitas.

Pesquisa é o conjunto de atividades realizadas de forma intencional e sistemática para produzir novos conhecimentos.

A inovação também não é!

Um modelo para desenvolvimento da criatividade, que contempla distintos aspectos, como habilidades de pensamento criativo: – fluência, flexibilidade, originalidade; atributos de personalidade que favorecem a expressão da capacidade de criar: – iniciativa, independência, autoconfiança, persistência, flexibilidade, entre outros; e promoção de um clima psicológico que reflita valores fortes de apoio à criatividade que se traduz nos seguintes princípios que se seguem:

- Confiança na capacidade e competência de cada pessoa.

- Apoio à expressão de novas idéias.

- Provisão de incentivos à produção criativa.

- Implementação de atividades que ofereçam desafios e oportunidades de atuação criativa.

Esse modelo vem orientando o programa de criatividade junto a públicos diversos, com vistas à promoção das habilidades criativas dos participantes, ao fortalecimento de traços de personalidade que se associam à criatividade e à, identificação de barreiras à expressão da capacidade de criar.

Criatividade é processo de se tornar sensível a problemas, deficiências e lacunas no conhecimento; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados.

Diversas fomas de se ver a inovação!

Dependendo do autor, da obra ou do objetivo pretendido, existem inúmeras formas de se definir o que é inovação:

“Inovação é adotar novas tecnologias, que aumentam a competitividade da companhia.” Hamel & Prahalad: Competindo pelo futuro.

“Inovação é um processo de aprendizagem organizacional.” Bell & Pavitt: The development of technological capabilities

“Inovar é um processo de alavancar a criatividade, para gerar valor de novas maneiras, através de novos produtos, serviços e negócios.” Jonasch & Sommerlatte: The Innovation Premium.

“Inovação é atribuir novas capacidades aos recursos existentes na empresa, gerando riqueza.” Drucker: Inovação e Espírito Empreendedor

“Inovação é o uso, comercialmente bem-sucedido, de uma invenção” Bacon & Butler: Planned Innovation.

“Inovação é um processo estratégico, de reinvenção contínua, do próprio negócio e da cria- ção de novos conceitos de negócios.” Hamel: Liderando a Revolução.

“Inovação é a mudança que cria uma nova dimensão de desempenho.” Hesselbein et al: Leading for Innovation.

“Inovação é = novas ideias + ações que produzem resultados.” Ernest Gundling: The 3M Way to Innovation.

Classificando a inovação

Para facilitar o entendimento do assunto, pode-se classificar a inovação de diversas formas, em função do atributo que se está analisando ou do critério que se usa para analisá-lo, como podemos ver a seguir:

Quanto à natureza: Produto, Processo e Negócio.

Quanto à forma: Tecnológica ou Organizacional.

Quanto à abrangência: Na Empresa, no Mercado ou no Mundo.

Quanto à intensidade: Incremental, Semirradical e Radical.

Quanto ao propósito: Ocasional (serendipity) ou Intencional (sistemática).

Quanto ao nível de difusão dentro da empresa: Localizada (departamental) ou Sistêmica.

Quanto ao uso de sistemas, métodos e ferramentas: Empírica ou Sistemática/Metodológica.

O valor das ideias

Segundo Ernest Gundling, em The 3M Way to Innovation, a inovação pode ser vista como

“Novas ideias + ações que produzem resultados”.

Neste sentido, a inovação pode ser entendida como o somatório de uma ideia nova, mais a implementação de ações, mais os resultados obtidos. Assim, ela pode ser definida como uma fórmula matemática:

Inovação = ideia + implementação de ações + resultado

Nessa mesma linha, segundo Kim Barnes, “a inovação é o resultado da implantação de uma ideia, nova para você, capaz de gerar valor para o seu negócio”.

O valor gerado pode ser expresso de diversas formas, como: valor econômico, valor estratégico, ou outra forma de valor que seja importante para a sua empresa. Ele também é fruto do produto de sua relevância, de sua abrangência e de sua originalidade (singularidade). Só pode gerar valor uma ideia que tenha alguma relevância, pois quanto mais relevante for a ideia, maior será a probabilidade de se gerar valor com a sua implementação. E por relevância entenda-se o grau de impacto que a ideia é capaz de gerar. Quanto mais impacto gerado, mais relevante é a ideia. A abrangência, por sua vez, representa a amplitude ou extensão que a implementação da ideia pode atingir. Quanto maior for sua abrangência, maior será o valor que a ideia pode ter. Pela própria definição de inovação descrita anteriormente a ideia não precisa ser inédita. O fundamental é que seja nova para você. De forma geral, pode-se dizer que quanto maior for o grau de originalidade da ideia, maior a probabilidade dela gerar valor. Para exemplificar basta lembrar que as empresas mais inovadoras definem estratégias e processos voltados para garantir os direitos de propriedade intelectual sobre as inovações geradas por ideias inéditas.

Fonte: cartilha: gestão da inovação / José Fernando Mattos, Hiparcio Rafael Stoffel, Rodrigo de Araújo Teixeira. – Brasília, 2010.

Classificação de Inovações

Muitas pessoas trabalham com a ideia falsa de que inovação trata sempre de fazer algo novo. Na verdade, todos os três tipos de inovação incluem uma mistura do velho e do novo. A Figura abaixo representa as seis alavancas para a inovação:

A inovação incremental – sempre depende firmemente das tecnologias e dos modelos de negócios existentes. Embora alguns elementos possam vir a mudar ligeiramente na inovação incremental, a maior parte deles permanece intocada.

Inovações semi-radicais – introduzem pouco ou nenhuma mudança nas alavancas de um dos impulsionadores da inovação – seja a tecnologia ou o modelo de negócios.

Inovações radicais – incluem mudanças das alavancas tanto na tecnologia quanto no modelo de negócio, mas normalmente não em todas as seis alavancas da inovação. Inovação diz sempre respeito à combinação de alguma coisa antiga com alguma coisa nova dos estágios da tecnologia e modelo de negócios.

Figura 1 – As alavancas para os três tipos de inovação

Inovação não é algo simplesmente novo. É algo novo que traz resultados para a empresa. O mundo está cheio de inventores que nunca obtiveram sucesso com suas idéias “brilhantes”.

A inovação é a transformação de novas idéias em resultado.

A inovação é a função específica da capacidade empresarial, seja num negócio já existente, numa instituição de serviço público ou num pequeno negócio iniciado por um indivíduo na cozinha da família. É o meio através do qual um espírito empreendedor cria novos recursos de produção de riqueza ou desenvolve recursos já existentes com um potencial refinado para a criação de riqueza.

O ciclo da inovação

Inovar é a capacidade que o indivíduo empreendedor tem de implantar ideias capazes de gerar valor para o negócio. Via de regra, no mundo dos negócios, as inovações se constituem em fenômenos complexos e passam por um ciclo que envolve seu surgimento, crescimento, maturidade e declínio. Cada um desses estágios pressupõe um conjunto de etapas que pode envolver atividades como a pesquisa, o desenvolvimento, a prototipagem, a produção, a distribuição, a comercialização, a entrega, a assistência técnica, o pós-venda, o marketing e a gestão da marca.

Figura 2 – ciclo da inovação

Fonte: As regas da inovação - Autores: Tony Davila, Robert Shelton, Marc J. Epstein (2007).

Empreender é saber calcular os riscos

No seu livro Innovation and Entrepreneurship, publicado em 1985, Peter Drucker relata a sua experiência num simpósio sobre capacidade empresarial, no qual se tentavam encontrar as características dos empresários inovadores bem sucedidos. Quando todos se inclinavam para uma «certa propensão para correr riscos», a intervenção dum bem sucedido inovador e empresário — que Peter Drucker nunca identificou — caiu que nem uma bomba. Segundo ele, todos os inovadores e empresários bem sucedidos que conhecia tinham uma coisa em comum: «não são gente que corra riscos». O que caracteriza estes empreendores é a capacidade que têm de definir os riscos que têm de correr e minimizá-los tanto quanto possível. «De outro modo, nenhum de nós teria obtido êxito», confessava.

Peter Drucker usa este caso para justificar o que pensa sobre a capacidade empresarial. Reconhece que, apesar das pessoas imaginarem os inovadores como uma mistura entre o Super-Homem e os Cavaleiros da Távola Redonda, na verdade, eles são pessoas perfeitamente normais, que passam mais tempo a estudar o fluxo de fundos do que a correr em busca de riscos. São pessoas que sabem que inovar é arriscado, mas que fazer a apologia do passado — ou seja, não inovar — é muito mais arriscado do que construir o amanhã.

Neste livro, Drucker diz que os empreendedores que conhece são bem sucedidos por analisarem sistematicamente as fontes de oportunidades inovadoras e depois localizarem-nas e explorarem-nas. Peter Ducker acaba por concluir que os inovadores bem sucedidos são conservadores; não se orientam para o risco, mas sim para a oportunidade.

Fonte: How to Be a Star at Work. © 1998 by Times Business.

Os grandes princípios da inovação

Uma inovação sistemática e intencional inicia-se com a análise das fontes de novas oportunidades. Dependendo do contexto, as fontes terão importância distinta em épocas diferentes.

Atenção ao mercado. Como a inovação é conceptual e perceptiva, os possíveis inovadores precisam de ver, perguntar e ouvir. Seguidamente, devem procurar potenciais utilizadores para estudarem as suas expectativas e necessidades.

Simplicidade. Para ser eficaz, uma inovação deve ser simples e centralizada. O maior elogio que uma inovação pode receber mede-se pelas seguintes palavras: «Isto é óbvio! Por que motivo não pensei nisso? É tão simples!» Mesmo a inovação que cria novos utilizadores e mercados deverá ser direccionada para uma aplicação específica.

Especificidade. As inovações eficazes começam por ser pequenas. Tentam fazer algo específico. Poderá ter sido a ideia elementar de colocar o mesmo número de fósforos em todas as caixas (costumavam ser 50) que deu aos suecos um monopólio mundial durante meio século. Pelo contrário, ideias que «revolucionam uma indústria» dificilmente funcionam.

Aspiração à liderança. Ninguém poderá prever se uma determinada inovação se transformará num grande negócio ou num feito modesto. Mas uma inovação de sucesso deverá aspirar, desde o início, a representar um standard, a determinar a direcção de uma nova tecnologia ou indústria. Se uma inovação não aspirar à liderança desde o início, é pouco provável que seja inovadora o suficiente.

Persistência. Acima de tudo, uma inovação requer mais trabalho do que genialidade. Exige conhecimento. Os inovadores raramente trabalham em mais do que uma área. Thomas Eddison, por exemplo, trabalhava estritamente no campo eléctrico. Na inovação, existe talento, ingenuidade e conhecimento. Mas quando tudo está dito e feito, o que a inovação exige é trabalho árduo, centralizado e intencional.

Fonte: Condensado de Harvard Business Review (Novembro/Dezembro de 1998). © 1998 by the President and Fellows of Harvard College. Publicado com a permissão de Harvard Business Review. Todos os direitos reservados. Traduzido por Helena Oliveira.

Os alvos da inovação

Segundo Kim Barnes e David Francis, autores do Managing Innovation, há quatro potenciais alvos para a inovação. Podemos chamá-los de 4Ps da inovação. São eles:

1. Produtos e Serviços - Diz respeito ao QUE NÓS FAZEMOS

2. Processos Refere-se a COMO NÓS FAZEMOS

3. Posição de Mercado Vincula-se a COMO NÓS SELECIONAMOS E NOS COMUNICAMOS COM OS CLIENTES

4. Paradigma ou Modelo de Negócio Está relacionado com QUAIS ELABORAÇÕES USAMOS PARA ENTENDER O MUNDO Dessa forma, a empresa, dependendo de sua estratégia, pode escolher onde concentrar os (seus) esforços para inovar.

Inovar é Gerar valor!

“Inovações são o fenômeno fundamental do desenvolvimento econômico”. Schumpeter, J.A.: Capitalism, Socialism and Democracy.

Uma empresa pode gerar valor pela inovação de muitas formas distintas. Abaixo podemos ver algumas delas:

1. Aumento do Valor Econômico

a. Redução de despesas:

i. otimizando processos;

ii. implantando tecnologia nova;

iii. incorporando conhecimento novo;

b. Aumento de receitas:

i. explorando um novo paradigma;

ii. expandindo o mercado;

iii. ampliando o portfólio;

iv. obtendo mais margem;

2. Aumento seu Valor Estratégico;

a. Valorização de sua marca:

i. de forma socialmente responsável;

ii. de forma ecológicamente responsável;

iii. com design diferenciado;

iv. fazendo com que seja dentificada com um nicho especial de mercado;

b. Exploração de um novo Paradigma ou Desenvolvimento de um modelo de negócio novo.

c. Asseguramento de uma Reserva Legal de Mercado:

i. com a lei de propriedade intelectual;

ii. certificação especial;

iii. notória especialização;

Fonte: cartilha: gestão da inovação / José Fernando Mattos, Hiparcio Rafael Stoffel, Rodrigo de Araújo Teixeira. – Brasília, 2010.

VÍDEO 1 - De onde vem as boas Ideias?

VÍDEO 2 - CONCEITO DE INOVAÇÃO

Created By
Lucas Campos Moura
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