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Sabores regionais sobre os trilhos Reportagem de capa da edição 11 de Comida com História

Um trem carrega consigo as histórias de vida de quem nele viaja.

Mas ele pode levar também um pouquinho da história de quem fica.

Durante muitos anos, na parada da Vila Pindaré, no município maranhense de Buriticupu, onde passa a Estrada de Ferro Carajás, os passageiros do trem viam doces e castanhas serem oferecidos por vendedoras na beira da ferrovia.

Pelas janelas, eles compravam os sabores típicos da região, como o doce de buriti, tão tradicional em todo o estado do Maranhão.

Com a modernização do meio de transporte e uso de ar-condicionado, as janelas se fecharam e a venda de alimentos ficou paralisada.

Mas por pouco tempo.

As vendedoras foram convidadas a participar no projeto AGIR EFC (Alternativas para o Comércio Ambulante na Estrada de Ferro Carajás) que, mais tarde, se transformou no Programa Rede Mulheres do Maranhão, apoiado pela Fundação Vale. O projeto as ajudou a estruturar uma associação com sede e maquinário.

Assim puderam dar continuidade ao trabalho que já faziam, mas de forma mais organizada e em grupo.

Ao invés da janela, passaram a vender em um vagão do trem montado para que elas e outros 14 grupos que dependiam das vendas na beira da ferrovia pudessem manter suas atividades.

Foi então que a Delícias da Vila Pindaré ganhou nome, identidade visual, virou associação, e transformou as ex-vendedoras de janela de trem em empreendedoras.

A atual tesoureira, Luzia Vieira da Silva, conta que essa mudança facilitou o trabalho na venda dos produtos.

“Tinha que vender para complementar a renda do governo embaixo do sol forte da beira da estrada de ferro. Agora a gente fica dentro do trem”.

A escolha das associadas em manter o trabalho com insumos das redondezas foi pensando também no bem de toda a comunidade. Enquanto elas produzem os doces, compram a matéria-prima da vizinhança, e acabam ajudando a gerar renda para todos.

O doce de buriti é um dos queridinhos da associação, que fabrica o produto tanto em pasta como em barra.

Feito só com açúcar e buriti, fruta nativa da América do Sul e encontrada no Cerrado e na Amazônia, o doce é “muito gostoso e vendável”, segundo Luzia.

Fotos do buriti: Fellipe Abreu

A palmeira mais abundante do Brasil é considerada a árvore da vida por indígenas, caboclos e sertanejos.

Isso sem contar com sua quantidade extraordinária de vitamina A.

De acordo com pesquisa da Embrapa, estima-se que apenas um hectare de buriti possa suprir as necessidades diárias de vitamina A de aproximadamente 2.700 pessoas.

Os passageiros do trem acabam comprando um produto que, além de delicioso, traz benefícios para a saúde.

No mais, as vendas no trem são uma importante estratégia para escoar os produtos desses 15 grupos, que unem 220 mulheres da Rede Mulheres do Maranhão, além de quatro grupos de quebradeiras de coco de babaçu.

Com a pandemia e a redução no número de viagens e passageiros, estão sendo executadas novas frentes de comercialização, com destaque para os canais digitais em que a Rede Mulheres do Maranhão está inserida.

Mas elas se viram: a própria Luzia, hoje, divide a função na associação com o trabalho em uma escola municipal.

Junto com suas companheiras de parada, de vagão e de jornada!

Quer saber mais?

Você também pode conhecer as lojas virtuais para comprar os produtos da Rede Mulheres clicando aqui e aqui.

Sugestão de consumo: Arroz de batipuru com pitu à pururuca e vatapá de buriti

O Comida com História faz parte de uma cadeia que valoriza quem carrega nossas tradições gastronômicas, pratica a sustentabilidade e traz nutrição pra nossa mesa.

Dá play nesse vídeo para conhecer quem faz essa revista:

e tem mais histórias nesta edição:

  • Já provou mel produzido no mangue? Ele é mais claro, mais denso - e ainda tem um outro diferencial!
  • Conheça a história de um chocolate delicioso que está ajudando a transformar a vida de várias famílias!
  • Descubra como a produção de delícias feitas com babaçu ajudou a reforçar a união de um grupo de mulheres!
  • Cozinha ancestral e conversa ao redor do fogo: conheça o projeto que valoriza a cultura dos povos originários do Brasil!

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Mel: floresta em pé, alimento na mesa

“O que não for bom para a colmeia também não é bom para a abelha”.

A frase do filósofo e escritor francês Charles-Louis Montesquieu não podia descrever melhor o trabalho na produção de mel da Associação de Criadores e Produtores Rurais de Bacabeira.

Os 35 apicultores associados são de diferentes povoados do município maranhense de Bacabeira, na região do Baixo Munim.

Eles trabalham em cooperação como as abelhas, sempre focados no bem comum.

Afinal, o mel dos apiários de cada um precisa ter o mesmo padrão de segurança e qualidade para ser vendido com o nome da associação.

Criada em 2001 pelos apicultores Nerivaldo Souza Carvalho, Claudionor Lima Deça e Delson Nicolau Serra (este último já falecido), a associação sempre contou com o apoio de órgãos do estado, principalmente a prefeitura da cidade, um grande parceiro até hoje.

Nerivaldo (à esquerda), Claudionor (centro) e Delson (à direita)

Em 2013, o Terminal Portuário do Mearim doou o terreno para a construção da sede, equipou o local, que ganhou o apelido de Casa do Mel.

A unidade tem capacidade para processar três mil frascos de mel por dia.

A Rede Mulheres do Maranhão (RMM) se aliou ao empreendimento desde 2019, e atua com oficinas que organizam melhor o negócio, além de fomentar práticas comerciais por canais digitais.

Os méis da Casa do Mel são originários de ambientes totalmente diferentes – a terra firme e o manguezal.

Enquanto o mel de terra firme é mais escuro e menos denso, o do mangue é mais claro e mais grosso.

A possibilidade de adquirir produtos diversos é um elemento positivo a mais nos produtos da associação.

Eles seguem todos as exigências sanitárias e padrões veterinários para garantir um mel seguro para o consumo.

Possuem o Selo de Inspeção Estadual da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED) e o Selo Gosto do Maranhão da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF).

Lá, a abelha é criada de forma racional, ou seja, busca a sustentabilidade ambiental ao mesmo tempo em que gera renda para o agricultor.

O que sobra para a associação é reinvestido na aquisição de materiais, que são repassados ao associado a preço de custo.

Os associados, que em sua maioria são trabalhadores rurais, complementam sua renda vendendo o mel produzido nos apiários de suas casas para a Casa do Mel.

Lá ele é extraído dos favos, processado, decantado, envasado e rotulado.

O produto sai da unidade prontinho para os clientes da associação, incluindo o governo do estado, que desde o ano passado inclui o mel nas cestas básicas distribuídas para a população menos favorecida.

A inclusão do mel da agricultura familiar nas cestas básicas ajudou a garantir a venda de grande parte do mel que é produzido pela associação.

O mel é um produto repleto de agentes benéficos para a saúde, com propriedades anticancerígenas, antiparasitárias, antimicrobianas, antioxidantes, antivirais e anti-inflamatórias.

Mas o mel da Casa do Mel tem ainda um diferencial.

Tem o sabor enriquecido pela diversidade de floradas de dois biomas brasileiros, já que os apiários estão em região do Maranhão onde há a transição entre Cerrado e Amazônia.

A importância das abelhas para a alimentação e preservação da biodiversidade por ser o maior agente polinizador do mundo já era entendida no período medieval.

Em certos territórios europeus, os enxames de abelhas eram considerados de grande importância econômica, sendo a sua propriedade registrada em cartório entre as relações de bens deixados como herança para os descendentes.

Sendo um abrigo natural para as abelhas, as árvores eram propriedade do governo, e sua derrubada era expressamente proibida.

O trabalho da Casa do Mel é um exemplo de como a floresta em pé possibilita geração de renda ao mesmo tempo que alimenta e preserva a biodiversidade.

Quer saber mais?

Conheça também um pouco mais do trabalho da Rede Mulheres do Maranhão:

Você também pode conhecer as lojas virtuais para comprar os produtos da Rede Mulheres clicando aqui e aqui.

Sugestão de consumo: Queijo brie com massa folhada, chips de Parma, mel e flores de jambo

Muito além do chocolate

aquele de origem, que valoriza toda a cadeia de produção…

E é feito com amêndoas especiais… Só que essa história vai um pouco além.

Ela pode mudar a vida de 23 famílias da agricultura familiar, e ainda ajudar a incluir o estado do Maranhão no polo oficial cacaueiro do Brasil.

E isso da melhor maneira possível: por meio do SAF (Sistema Agroflorestal), que une diversos plantios em consórcio com a floresta.

O sistema traz benefícios ambientais, sociais e econômicos.

De quebra, quem consumir o chocolate, vai ter a garantia de estar comendo um produto orgânico e saudável.

À frente de tudo isso está a chocolateira Fernanda Lisboa Ferreira.

Ela tem um propósito bem definido: “fazer chocolate de alta qualidade valorizando a cadeia para que todos vivam com dignidade”.

Fernanda nasceu na comunidade de Tapuio, no município de Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses.

Muito pequena foi adotada por uma família de São Luís, mas sempre esteve presente no local de onde veio.

Por isso o homenageou com sua marca Chocolates Tapuio.

Clique para visitar o site ou as redes sociais da empresa

O nome também remete à tribo dos tapuios, formada por várias etnias indígenas brasileiras.

Essa relação com a floresta que o nome traz está também nos produtos da empresa, cujo cacau é oriundo da floresta amazônica e agrofloresta.

Filósofa de formação e confeiteira artística por paixão, Fernanda começou a ficar conhecida em São Luís por seu talento na produção artesanal de bolos de festa.

Foi ao cursar Gastronomia e fazer outros cursos de confeitaria e chocolateria fora do estado e do país, que descobriu que o chocolate possibilitava unir tudo o que gostava - confeitaria, arte e saúde.

O que era paixão virou amor.

E lá se vão anos de dedicação e estudo, que além da confecção do chocolate em si, incluíram todas as fases da produção da amêndoa de cacau desde o plantio até a torra.

Ela queria conhecer cada etapa do processo para chegar a um produto final saboroso sem a adição de aromatizantes ou gordura substituta de manteiga de cacau.

Fernanda queria fazer chocolates naturais mantendo o máximo de sua composição nutricional.

Então criou o projeto de Implantação de Plantio de Cacau Orgânico em Sistema Agroflorestal SAF no Estado do Maranhão, abraçado pela ENEVA Brasil.

A empresa apoia programas sociais, entre eles o Polo Agrícola do Hort Canaã, que possui uma área de 40 hectares onde 27 famílias de agricultores foram transferidas.

O Polo fica em Paço do Lumiar, na região metropolitana de São Luís, e 50% do terreno é de reserva ambiental.

“O objetivo é difundir tecnologias de beneficiamento de cacau de qualidade entre as comunidades da região.”

“Com o surgimento de mercados específicos como o de cacau orgânico, fino ou gourmet, agregamos valor às comunidades que desejam melhorar a qualidade e valor do produto.”

Fernanda Lisboa Ferreira

Apesar de recente, o projeto já deu alguns frutos que, segundo a chocolateira, “têm um dulçor espetacular na polpa” e têm um potencial alto para competir com chocolates renomados.

O projeto já está com mais de 27 mil mudas de cacau prontas para serem plantadas.

Enquanto esse trabalho evolui, progride paralelamente a implantação do SAF com os agricultores, que optam por trabalhar com frutíferas variadas para ajudar na agregação de renda e preservação das espécies nativas da biodiversidade local.

Atualmente, a Chocolates Tapuio trabalha com uma linha vegana e sem glúten de chocolates bean to bar em barra, seu carro-chefe.

E a empresa também tem trufas, bombons recheados e barras aromatizadas naturalmente.

Agregar valor cultural e saúde estão entre as prioridades de Fernanda com sua marca.

“Não quero fugir da minha essência”, fala ela, mostrando que considera a origem do produto tão importante quanto a fase final de produção.

Sugestão de consumo: Brownie de chocolate

O MATRIARCADO DO BABAÇU

Toda vez que uma criança nasce no povoado de Pedrinhas, interior de Itapecuru Mirim…

…é como se fosse o filho de todo mundo.

Para as mulheres da comunidade, cada nascimento gera um envolvimento coletivo.

Todas se organizam para realizar as tarefas da mãe do bebê enquanto ela se recupera.

Isso inclui o cuidado da criança, o trabalho em casa e até na roça, quebrando o babaçu. Essa é uma das atividades mais antigas do povoado, e exclusiva das mulheres!

Chamadas de quebradeiras de babaçu, elas quebram o fruto que é uma espécie de coco típico das palmeiras do Maranhão.

Em grupo, fazem do trabalho um momento de união firmado entre cantigas tradicionais e confidências que só trocam entre si quando estão na roça.

Depois de quebrar o babaçu, as mulheres processam da amêndoa até a casca, sem desperdiçar nada dessa matéria-prima tão especial.

É ainda mais especial porque deu origem a uma história de resistência e conquista coletiva.

A tradição de ajudar umas às outras fez surgir há 30 anos a Associação de Mães Quilombolas Lar de Maria, um clube de mulheres que trocam conhecimento e trabalho.

Foi aí que as quebradeiras se fortaleceram e inauguraram uma espécie de matriarcado local!

Hoje são elas que mantêm a maior parte da renda das 60 famílias locais.

Do processamento do babaçu, elas passaram a produzir deliciosas receitas vendidas para o município de Itapecuru para uso na merenda escolar. Mas a fama cresceu e elas decidiram investir numa produção mais moderna para vender o que produzem.

As quebradeiras fizeram cursos de qualificação e aprenderam cada vez mais!
Até que, há 6 anos, inauguraram uma agroindústria totalmente equipada com ajuda da iniciativa privada.

“A gente tá onde tá hoje devido a essa Associação, a união de nossas mães que lutaram para nos criar e ajudar a comunidade.

Nosso trabalho hoje ficou reconhecido. A gente quer ver crescer cada vez mais.”

Roselma Maria Licar Corrêa, presidente da Associação e coordenadora da Agroindústria.

Roselma é filha de quebradeira, cresceu vendo na atividade um grito de resistência feminina.

Envolvida no trabalho há mais de 10 anos, ela decidiu assumir a presidência da Associação e começou um curso técnico de agroindústria.

Hoje ela luta para tornar mais conhecidos os produtos Delícias do Babassu. No perfil do Instagram é possível conhecer os produtos das mães de Pedrinhas.

Tem de tudo! Quer provar um pouquinho?

Tem biscoitos de babaçu…

Pães de babaçu…

Cappuccino de babaçu…

E até sorvete de coco de babaçu!

Com desperdício zero, elas usam a casca pra fazer carvão e até a palha pra fazer artesanato.

Nas redes sociais, também fazem questão de mostrar os rostos por trás desse trabalho.

“São vinte mulheres multiplicando a renda da comunidade toda! A gente faz com que o recurso gire dentro do povoado”, diz Roselma, que salienta a importância da economia coletiva.

Lá ninguém cresce sozinho, ninguém é deixado pra trás.

Agora elas lutam para regularizar a cooperativa e ampliar a venda dos produtos a todo o Estado.

É mais um passo importante desse sonho compartilhado que foi plantado lá atrás.

Com os olhos no futuro mas o coração conectado às primeiras matriarcas da comunidade, as quebradeiras de hoje fazem questão de aliar modernidade com o amor à tradição.

É também símbolo de resistência, para que nunca se apague o que as trouxe até aqui: a irmandade.

“Somos uma comunidade muito unida. Ir pro mato é o momento de distração, porque a gente canta, ri, chora… e conversa muito.

É uma forma de manter a cultura viva e se divertir um pouco. Queremos inovar sem perder nossa identidade, lembrando sempre de onde a gente veio.”

Roselma

Sugestão de consumo: cappuccino com leite de coco de babaçu

as delícias de uma cozinha ancestral

Cada vez que estamos na cozinha…

Misturando temperos ou, por instinto, criando combinações novas para velhas receitas…

É como se uma árvore genealógica inteira de cozinheiros estivesse cozinhando com a gente!

Cada decisão colocada na panela não vem sozinha: está recheada com uma bagagem ancestral.

Fora a memória afetiva das receitas tradicionais dos nossos avós, existe mais uma infinidade de memórias que a gente carrega sem nem perceber.

Como pecinhas que se encaixam, elas formam as experiências culinárias dos povos originários do Brasil (quem, afinal, criou nossa base alimentar).

Perceber a importância e reverenciar essas histórias foi o que motivou o projeto Conversa ao Redor do Fogo, realizado em São Luís do Maranhão.

A proposta é reproduzir receitas indígenas não só através da comida, mas da cultura e do ambiente!

Na volta do fogão de barro, todos se sentam como se estivessem em uma aldeia e, enquanto o prato é preparado, aprendem um pouco mais sobre todos nós.

Tudo começou há 5 anos, quando um cenário igualzinho foi montado para comemorar o aniversário do produtor cultural André Luís Maciel Lobão.

Ele e a amiga culinarista Leila Oliveira levaram os convidados a um mergulho na cultura amazônica, com dança, música e comida.

Eu já estava muito mobilizado com a questão indígena e queria trazer essa experiência pra festa.

Teve comida em folha de bananeira, pessoas sentadas em palha, teve dança e música. Teve gente que chorou!

André Lobão

O impacto foi tão profundo que ele e a Leila não puderam mais parar de contar essas histórias: os dois, que já eram irmãos de Santo, viraram sócios e inauguraram a Cozinha Ancestral.

De evento itinerante em festivais, a Cozinha passou para uma sede.

Em 2017, abriram um espaço cultural permanente em formato de galeria colaborativa com outros artistas.

Na época, ofereciam um prato do dia servido em cuia (vasilha artesanal indígena) e degustado em grandes mesas compartilhadas, criando uma experiência coletiva.

A fama cresceu e foi preciso ir para um lugar próprio.

Foi aí que a ideia do fogão de barro tomou força e nasceu o projeto Conversa ao Redor do Fogo.

O antigo casarão amarelo, onde a Cozinha está hoje, tem no centro do quintal um enorme fogão parecido com os usados nas aldeias amazônicas.

Nas Conversas, o espaço é aberto ao público, que contribui com o valor que puder.

Se faz um grande círculo em torno do fogo enquanto o cozinheiro faz a alquimia acontecer…

As receitas vão de mingau de banana com leite de coco a tapioca com peixe moqueado - esse é o nome de uma preparação tradicional indígena para peixes e carnes. Os indígenas cavam um buraco no chão onde colocam a brasa, enrolam o peixe em folha de bananeira e o enterram ali por horas até que esteja assado.

A gente mostra como o indígena tradicionalmente se alimenta. É o momento que a gente canta, se conhece, conta e ouve histórias pessoais.

A gente não vende comida, a gente proporciona experiência. É uma comida de afetos.

André Lobão
Além desse evento realizado em datas específicas, o lugar ampliou o cardápio diário.
Agora são 10 pratos autorais do dia, todos feitos com ingredientes frescos da feira popular.

Os pratos vão mudando com as estações, e a cada 3 meses são totalmente reformulados.

A Cozinha Ancestral funciona de quinta a domingo, das 12h às 15h.

O que não está em atividade por enquanto é o Conversa ao Redor do Fogo, por causa da pandemia.

Quando o distanciamento não for mais necessário, André e Leila já planejam o retorno caloroso do evento, com mais histórias e receitas amazônicas.

E o quintal da casa amarela vai voltar a promover viagens culturais cheias de aroma, afeto e sabor!

Se você é produtor e também tem histórias cheias de sabor, conta pra gente:

Preservação ambiental na palma da mão

Cada vez mais entendemos sobre a importância de se plantar árvores. Então veja a novidade que o MST lançou: o aplicativo Arvoredo, que mapeia as ações de plantio de mudas de árvores em todo o Brasil como parte do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis. Assista ao vídeo e entenda como funciona.

Que tal deixar sua alimentação mais saudável?

Interessados em alimentação saudável e consciente podem se inscrever para as oficinas gratuitas que serão realizadas durante o mês de julho com o papa da ecogastronomia Adilson Santana. Vai ter oficina sobre temperos naturais e não convencionais, sobre PANC, e muitas outras. Inscreva-se pelo WhatsApp (83) 99392.3808.

Uma reflexão necessária

Entenda um pouco mais sobre os impactos ambientais do Tratado UE - Mercosul, que é um acordo comercial entre os blocos europeu e sul americano, pelo ponto de vista do Slow Food Brasil.

Documentando a cultura alimentar

A 150 Km de Fortaleza, Ceará, fica o município de Aracati, onde está localizado o Quilombo do Cumbe. A pesquisadora do Laboratório de Criação em Cultura Alimentar e Gastronomia Social estruturou o Cardápio da Cultura Alimentar desse quilombo. O resultado você pode assistir num lindo mini documentário.

deu água na boca? então Descubra novos sabores:

até a próxima!

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