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Projeto Integrado da Amazônia revista edição 05

Seja bem-vindo!

Esta é a quinta edição da revista eletrônica do Projeto Integrado da Amazônia, uma parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Neste conteúdo multimídia você vai conhecer melhor projetos importantes desenvolvidos na região da Amazônia e, principalmente, as pessoas beneficiadas pelos avanços alcançados.

Nessa edição você vai ver:

(clique nos links para ir direto para as reportagens)

  1. “Quem não arrisca...”: Conheça a família que tomou uma decisão ousada e encontrou nas abelhas a fórmula perfeita para gerar renda.
  2. Dando a volta por cima: Saiba como a produção de pepinos - e a troca de conhecimentos - ajudaram pai e filho a superarem um momento difícil.
  3. Construindo parcerias: Revelamos as estratégias que o projeto Hortamazon utiliza para seguir ajudando agricultores familiares da Amazônia.
Para tornar a sua leitura mais gostosa, compartilhamos uma playlist com sons da floresta. Clique no botão abaixo, ajuste seu volume e inicie essa imersão pela Amazônia:

Preservar a floresta pode ser doce e lucrativo

reportagem: Kélem Cabral

Na época até os vizinhos se assustaram. Mas a decisão foi tomada para incrementar a produção de açaí.

Em uma propriedade de cerca de 60 hectares no município paraense de Breu Branco, dona Carmélia, seu marido Rubeci e o casal de filhos Maria Eduarda e Luiz Mário viram nas abelhas a fórmula perfeita para gerar renda e cuidar da terra.

Com a nova atividade poderiam perseguir o sonho de reflorestar parte da propriedade e preservar a floresta que ainda existe, aliando lucro e qualidade de vida.

A ideia surgiu de uma conversa com o Sebrae da região que orientou que procurassem a Embrapa como parceira nessa empreitada.

Dona Carmélia conta que o marido sempre gostou de abelhas, mas eles não tinham colmeias na propriedade.

Foi quando conheceram o projeto Agrobio, que estimula a criação de abelhas em áreas de açaí para aumentar a produtividade do fruto.

O Agrobio faz a ponte entre a criação de abelhas, conservação da biodiversidade e geração de renda para os agricultores familiares da Amazônia Legal.

Liderado pela Embrapa Amazônia Oriental e presente nos estados Pará, Amazonas, Roraima, Maranhão e Mato Grosso, ele faz parte do Projeto Integrado da Amazônia (PIAmz) e é financiado pelo Fundo Amazônia com recursos do BNDES.

O contato e a troca de conhecimento com os pesquisadores da Embrapa foi o incentivo que faltava para a família Pinon.

Hoje, um ano depois, eles comemoram: a produtividade do açaizal quase dobrou!

“As abelhas chegaram há um ano e hoje são 30 colmeias, 18 delas com boa produção, de onde tiramos até 200 litros de mel por safra. As abelhas são mais. Mais açaí, mais mel, mais dinheiro e mais saúde para minha família e para a floresta”, diz a agricultora.

Por meio do Agrobio, a família quer que o entusiasmo pelo novo arranjo produtivo chegue também aos vizinhos.

O objetivo é transformar a propriedade em vitrine tecnológica para mostrar na prática que é possível ganhar dinheiro, preservar e até restaurar a floresta...

Tudo ao mesmo tempo!

E ao que tudo indica, os próximos capítulos dessa história serão escritos pelos filhos do casal...

Maria Eduarda tem 7 anos.

E Luiz Mário tem 11.

Juntos eles compartilham o exemplo e a alegria dos pais pela vida no campo. Eles adoram ajudar nas tarefas, devidamente trajados com equipamentos e demais itens de segurança.

As crianças já decidiram que, com a ajuda dos pais, vão mostrar ao mundo a vida na propriedade e a importância de proteger a floresta.

Por isso eles criaram um canal no youtube: Ambientalistas Mirins.

Quer conhecer um pouco mais dessas duas figurinhas? Nós selecionamos alguns vídeos, é só dar play!

Enquanto isso, no Amazonas o projeto Agrobio também vem dando novas cores para áreas degradadas da floresta...

Na cidade de Iranduba, a 30 quilômetros de Manaus, Joaquim Alberto da Silva levanta a bandeira da meliponicultura como aliada da restauração da floresta amazônica.

Ele é coordenador do Doce Refúgio Meliponário Escola (Dramel), no qual, por meio de parceria com o projeto Agrobio, está sendo construído um jardim do mel.

“Estamos com 17 canteiros, com o plantio de espécies nativas florais, no intuito de aproximar a matéria-prima de produção de mel e pólen das colmeias,” explica joaquim.

No local funciona ainda um centro de capacitação em meliponicultura no qual foram realizadas capacitações do projeto Agrobio no ano de 2019.

Mais que propagar a meliponicultura como atividade produtiva sustentável, Joaquim também defende a prática como forma de preservar e até restaurar a floresta.

“As abelhas são responsáveis pela propagação de inúmeras espécies vegetais, por meio da polinização. Por isso são importantes para que as florestas prosperem”, enfatiza.

Daniel Santiago, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e líder do projeto, reconhece que os desafios de implantar o trabalho nas propriedades rurais são grandes devido à realidade da região.

E o que já era difícil ficou ainda mais por causa da pandemia do Covid-19, que alterou cronogramas e formas de trabalho.

Mas com inspiração na sabedoria das próprias abelhas, a união e a resiliência têm sido fundamentais para levar o projeto adiante e colher benefícios. O pesquisador se apoia em números e casos de sucesso para reiterar sua avaliação.

Ele conta que o projeto se reinventou: se não era mais possível fazer treinamentos presenciais, apostaram nas formações online. Assim como as abelhas, que trabalham juntas, as equipes do Agrobio focaram nas parcerias para seguir em frente.
E assim conseguiram contabilizar, somente em 2020, 5 eventos online que beneficiaram cerca de 1500 pessoas.

“Em dois anos, superamos nossas expectativas em público e número de eventos. E os produtores passaram também a demandar novos cursos e a multiplicar, em suas regiões, a troca do conhecimento propiciado pelas ações do projeto”, afirma o pesquisador.

trocar conhecimentos gera frutos

reportagem: Diva Gonçalves

Na Chácara Vô Raimundo o cultivo de pepinos vai de vento em popa...

Mas nem sempre foi assim!

Antes disso, a experiência da família Oliveira com hortaliças passou por maus bocados.

Começou em 2008 com a cultura do tomate!

Mas os frequentes ataques de doenças, como a murcha bacteriana, causaram grandes prejuízos...

E a família abandonou a atividade.

Bruno (na foto) e o pai Romoaldo vivem na propriedade rural de 8 hectares localizada no município de Mâncio Lima, interior do Acre. Eles sempre foram agricultores, mas decidiram investir em mais conhecimento.

Pensando em desenvolver a atividade, Os dois se formaram em agronomia. e não pararam por aí...
Além do conhecimento adquirido, eles também buscaram apoio técnico de pesquisadores da Embrapa.

Através do projeto Hortamazon, que faz parte do Projeto Integrado da Amazônia, os profissionais promovem tecnologias sustentáveis para a horticultura e contribuem para o fortalecimento da cadeia produtiva de hortaliças na região do Juruá.

Assim, a Embrapa atua em parceria com agricultores familiares para viabilizar o acesso a tecnologias necessárias para a produção e geração de renda. Exatamente o que aconteceu com a propriedade de Bruno Oliveira.

Hoje com 1.500 plantas, em uma área de meio hectare, a família produz 20 caixas de pepinos por mês, com renda média mensal de 2,5 mil reais. E a meta é chegar a 5 mil plantas esse ano.

“Buscávamos uma alternativa de renda que permitisse aproveitar a antiga estrutura construída para cultivar tomate. Vimos que existe muita demanda por pepino no mercado local e resolvemos investir”, afirma Bruno.

e ele conclui: “A partir da interação com profissionais da Embrapa, veio a proposta para participarmos do projeto e isso fez toda a diferença”.

“O empreendedorismo desses produtores chamou a nossa atenção, uma vez que está plenamente alinhado aos objetivos do Hortamazon, por envolver a produção familiar de hortaliças”, conta Daniel Lambertucci, especialista da Embrapa Acre, responsável pelas ações de transferência de tecnologias.

Construindo parcerias, superando obstáculos

Iniciado no final de 2018, o projeto Hortamazon investe na melhoria dos sistemas de produção de hortaliças no bioma amazônico.

Por meio da transferência de tecnologias sustentáveis, promove melhoria na renda e na qualidade de vida das famílias agricultoras.

“A dependência do mercado consumidor local em relação a outros estados encarece esses produtos e limita o acesso. Queremos melhorar a produção para ampliar a oferta de hortaliças a preços mais justos e aumentar o consumo no campo e na cidade”, afirma Lambertucci.

Alguns produtores trabalham com uma produção diversificada. Outros optaram por apenas uma cultura e já estão inclusive comercializando a safra, como a família Oliveira.

A pandemia trouxe incertezas aos agricultores. Com a necessidade de distanciamento social para proteger a saúde de todos, a venda dos produtos sofreu várias restrições.

Por isso os Oliveira acreditavam que as vendas de pepinos reduziriam, mas se surpreenderam quando aconteceu o contrário!

“O mercado local sempre foi excelente consumidor de pepino, mas nesse período de pandemia, por ficarem muito tempo em casa, as pessoas passaram a investir mais em alimentação...”

“...A demanda pelo produto em pontos de revenda aumentou e se isso aconteceu é porque o consumo das famílias também cresceu”, destaca Bruno Oliveira.

Para o projeto Hortamazon, o momento é de investir em capacitação.

Muitas das atividades que não foram realizadas devido a pandemia estão reprogramadas para o primeiro semestre de 2021. Isso inclui cursos com produtores e técnicos de extensão rural para multiplicar conhecimento nas comunidades.

Segundo Lambertucci, como é impossível atender a todos os produtores individualmente, uma estratégia eficiente é utilizar as Unidades Demonstrativas como ambiente de aprendizagem em cursos de formação de multiplicadores de conhecimentos.

“Temos consciência das dificuldades que os agricultores enfrentam para produzir e que a transferência de tecnologias é um processo lento”, avalia.

“por isso Investir em capacitação e unir esforços com outras instituições de pesquisa e fomento são caminhos possíveis para encurtar a distância entre quem produz e o conhecimento necessário para melhorar a produção.”

Esperamos que tenha gostado dessa viagem pela amazônia

Você também pode acessar o site do projeto para conhecer mais sobre as atividades que estão buscando melhorar a vida das comunidades e do bioma da Amazônia.

Equipe revista digital

Projeto Integrado da Amazônia

Comitê editorial:

Ana Laura Silva de Lima Costa, Antônio Luiz Oliveira Heberlê, Priscila Viudes, Renata Silva, Sabrina Maria Morais Gaspar, Selma Lúcia Lira Beltrão

Fotos:

Ademir Ruschel, Aderaldo Gazel, Amaury Bendahan, Bruno Imbroisi, Daniel Mangas, Flavio Oliveira, Gabriel Faria, Gilberto Nascimento, Gustavo Porpino, Ronaldo Rosa, Silas Garcia, Vinicius Soares Braga

Jornalistas responsáveis:

Antônio Luiz Oliveira Heberlê, Selma Lúcia Lira Beltrão

Edição e diagramação:

Amanda Santo e Gustavo Schwabe

Contato: 2vidascomunicacao@gmail.com

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