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O impacto das redes na disseminação da informação O casO português da Rede de Bibliotecas Escolares.

Ana Paula Ferreira, Rede de Bibliotecas Escolares, Lisboa; Techn&Art, Instituto Politécnico de Tomar; LabTE, Universidade de Coimbra - paula.ferreira@mail-rbe.org

Jorge Francisco Borges, Rede de Bibliotecas Escolares, Lisboa - jorgeborges@rbe.mec.pt

Artigo apresentado no XXI Simpósio Internacional Informática Educativa - SIIE 2019 - Tomar, 21-23 novembro.

O PROGRAMA REDE DE BIBLIOTECAS ESCOLARES | RBE

A Rede de Bibliotecas Escolares prossegue a sua missão de desenvolvimento das bibliotecas, adaptando políticas, objetivos e modos de intervenção à mudança social e às exigências da nova cultura de informação, conducentes a uma melhoria da educação e de combate ao insucesso e abandono escolar.

Esta rede está expandida a nível nacional, todos os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas da rede pública contam com pelo menos uma biblioteca escolar integrada, num total de 2480 bibliotecas (dados de 2018).

A informação veiculada pelos canais oficiais da RBE tem um alcance não só a nível nacional, mas também internacional, sobretudo nos países de língua oficial portuguesa.

CONTEÚDOS PARTILHADOS PELA RBE

Diversificação:

Temática

Tipologia de recurso:

  • e-books,
  • artigos,
  • notícias,
  • entrevistas,
  • reportagens,
  • filmes,
  • vídeos,
  • legislação,
  • podcasts,
  • publicações periódicas,
  • trabalhos de investigação,
  • ...

Esta disseminação torna-se tão mais importante, quanto é a qualidade da informação que é partilhada, pelo que o processo de curadoria – visto enquanto ato de selecionar informação relevante para um determinado público alvo e com um determinado fim – é fundamental, respondendo, desta forma, aos desígnios e missão da RBE e, em larga escala, da escola.

Pretende-se contribuir para uma compreensão mais aprofundada sobre as potencialidades dos canais da RBE (blogue e redes sociais) e do seu papel na disseminação de informação, procurando medir o seu impacto na produção e partilha do conhecimento.

Nesse sentido, afigura-se importante levar as bibliotecas a criarem a sua própria identidade digital, isto é o conjunto de canais que uma biblioteca gere e atualiza regularmente , no sentido de se criarem verdadeiras redes colaborativas de aprendizagem.

Os resultados obtidos, na análise da disseminação de informação nos canais da RBE, apontam para a importância que podem assumir as redes, pelo que a disponibilização de formação na área de curadoria de conteúdos e da identidade digital das organizações, com especial incidência nas bibliotecas escolares, poderá ser uma das respostas aos desafios que a Escola enfrenta atualmente.

O PAPEL DAS REDES NA DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO: O PROCESSO DE CURADORIA

CURADORIA

A curadoria é o processo através do qual se seleciona, analisa, filtra e partilha informação relevante e oriunda de diversas fontes, tal como refere Yakel, quando se refere à curadoria digital. ‘‘Digital Curation is the active involvement of information professionals in the management, including the preservation, of digital data for future use’’ (2017, p. 335).

Face ao advento da tecnologia e à necessidade de disponibilizar aos atores educativos informação relevante que facilite a criação do conhecimento e a resposta aos desafios lançados pelos projetos de autonomia e flexibilidade curricular, torna-se fundamental apostar na criação de bibliotecas digitais, adequadas a cada contexto, o que implica a existência de profissionais que dominem novos saberes que lhes permitam responder a estas exigências.

O professor bibliotecário, deverá assumir o papel de curador e, em articulação com uma equipa multidisciplinar, desenvolver este processo de curadoria.

PROCESSO DE CURADORIA

  • Conceptualização - conceber e planificar a criação de conteúdos digitais, incluindo os métodos de recolha e as opções de armazenamento.
  • Criação - criar o conteúdo digital, nomeadamente o elenco de metadados necessários à sua gestão e compreensão.
  • Acesso e uso: assegurar que os conteúdos digitais ficam facilmente acessíveis aos seus utilizadores.
  • Avaliação e seleção: avaliar os conteúdos digitais e selecionar os que serão objeto de processos de curadoria e de preservação a longo prazo.
  • Transferência - transferir os conteúdos digitais para um arquivo, repositório, centro de dados ou outro suporte apropriado.
  • Preservação – assegurar a preservação a longo termo dos conteúdos digitais.
  • Armanezamento – armazenar os conteúdos digitais de forma segura.
  • Acesso e reutilização – assegurar que os conteúdos digitais podem ser acedidos pelo público alvo e reutilizados.
  • Transformação – criar novos conteúdos a partir do original.

Cada organização deverá planificar este processo tendo como linha de atuação a sua identidade digital.

Identidade digital:

“Conjunto de canais (plataformas digitais) que uma biblioteca gere e atualiza regularmente para, de forma interessada e organizada, partilhar uma multiplicidade de informação, conteúdos, recursos e serviços - online e/ ou offline - nas comunidades que serve, nomeadamente professores e alunos, com o fim último de melhorar o ensino e a aprendizagem, em todas as suas vertentes”. (J. Borges, 2018)

O fim último de alcançar cada comunidade não pode ser esquecido, pois só assim se promoverá o acesso ao conhecimento e se tirará partido da rede de relações que são constituídas e estabelecidas socialmente em cada contexto - educativo, cultural, profissional ou até de lazer. A interação entre os atores sociais favorece dinâmicas de construção, partilha e difusão de informação e conhecimento.

AS REDES SOCIAIS DA RBE EM NÚMEROS E A DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO

A comunidade de utilizadores é alcançada pelas redes sociais, daí a importância que a disseminação da informação assume. Não existe nada mais eficiente do que as redes sociais para a interação entre os seus membros. As pessoas ligam-se entre si e criam vínculos, partilham valores e objetivos comuns. Deve-se, por isso tirar partido destas redes no sentido de facilitar o acesso ao conhecimento e de promover a sua partilha e reutilização para a construção de novos saberes.

A estratégia seguida para a atualização destas redes socais prende-se com o seu impacto junto da comunidade, pelo que a quantidade de publicações/ partilhas é tanto maior quanto o número de seguidores. Desta forma, a disseminação da informação é mais eficaz, pois alcança um maior número de utilizadores.

As publicações que se consideram mais adequadas ao público alvo da RBE, a nível profissional, isto é os docentes e, entre eles, os professores bibliotecários, são publicadas e partilhadas a partir do blogue da RBE e guardadas, em modo privado, na Box.

Os critérios de seleção de conteúdos são claros: interessam todas as manifestações de cultura e saber em todas as suas formas, pois crê-se que a “vida” cabe na Biblioteca, independentemente da sua tipologia.

A seleção mais fina é feita através da escolha do canal usado para a disseminação do conteúdo. No Facebook e Twitter cabem de uma maneira geral, todos os conteúdos.

Os conteúdos de maior qualidade são publicados em primeiro lugar no blogue e daí partilhados no Facebook, no Twitter e quando admissível na plataforma de podcasts, o Anchor.

Ainda no blogue, procede-se, de forma sistemática, organizada e permanente, à atribuição de valor a cada um dos posts, subordinada ao título: Conteúdo relacionado. Desta forma, os conteúdos alimentam-se uns aos outros e os utilizadores acedem a uma cadeia de informação cada mais completa e em permanente atualização.

BLOGUE | RBE

É aqui que se concentram os recursos mais duradouros e de qualidade. Os posts são partilhados de forma automática e imediata no Facebook e no Twitter da RBE. Os subscritores da newsletter do blogue recebem-na no seu email.

Total de visitas e visualizações com as respetivas médias no último ano e até 6 de julho de 2019

Os conteúdos com origem na Rede RBE são partilhados cada vez em maior número pelas bibliotecas escolares, pelos professores e pelos público em geral. No blogue, as publicações mais partilhadas são e-books, recursos, projetos e as entrevistas relacionadas com o mundo da educação.

FACEBOOK | RBE

O Facebook é a Rede, por excelência, em números. No dia 6 de julho de 2019, o Facebook da RBE tinha 34 731 fãs e 35 364 seguidores.

Dados demográficos dos fãs da RBE no Facebook
TWITTER | RBE

O Twitter da RBE tinha 1059 seguidores a 6 de julho de 2019, tendo uma média de publicação de 10 tweets por dia.

Atividade de uma semama no Twitter

No Twitter, 65% dos seguidores são do sexo feminino e 35% do masculino. A diferença é menor do que no Facebook.

ANCHOR - PODCAST | RBE

Este canal, apesar de ter sido criado há pouco tempo, tem permitido variar a apresentação dos conteúdos publicados na Rede da RBE, nomeadamente os ficheiros vídeo. Extraído o som permite-se ao utilizador optar pela visualização (vídeo) ou audição (som).

O ficheiro de som tem vindo a conquistar terreno pela, cada vez maior, facilidade de acesso e “consumo”.

Dados relativos ao Anchor da RBE

Disponibilizam-se os conteúdos em 10 plataformas diferentes que podem ser consumidos numa multiplicidade de dispositivos.

INSTAGRAM | RBE

O Instagram da RBE foi criado em 17 de junho de 2015. Tem, em 6 de julho, 1765 seguidores.

Dados relativos ao Instagram da RBE

O Instagram da RBE divulga eventos, efemérides, autores, obras, artigos dos media, sempre tendo como ponto de partida a imagem. Ilustra a ação da Rede de Bibliotecas Escolares e serve a sua missão, essencialmente. É usado também para projetos do Gabinete RBE e das bibliotecas escolares, mercê das hashtags.

REVISTAS | RBE

As publicações do blogue alimentam cada uma das 14 revistas temáticas da RBE, disponibilizadas num agregador de notícias, o Flipboard.

CONCLUSÕES

Os números apresentados, respeitantes ao impacto da disseminação da informação nos canais da RBE, evidenciam o papel privilegiado e incontornável desta Redes.

O poder de difusão das Redes Sociais é notável, pelo que as organizações, de uma forma geral, e a escola, em particular, as devem colocar ao seu serviço, enquanto ferramentas eficazes para criar, partilhar e difundir o conhecimento..

EVOLUÇÃO EM NÚMEROS (DE 6/7/2019 A 20/11/2019)

Created By
Jorge Borges
Appreciate

Credits:

Criado com imagens de Josh Rose - "Funny that this has become my most popular image on Unsplash, as it’s not really my style of shot. Our office had gone out on an excursion to the Broad Museum and I was just shooting around while we were waiting on lunch at Blue Cow across the street. When I saw the shot I asked the coworker featured, Olivia, if she’d be okay with the image going up for the world to use. She thought it sounded funny, so she signed the release and didn’t think twice about it. If you do an image search, you can see it’s been used over a hundred times for articles - almost always on the topic of social media." • Maksym Kaharlytskyi - "The Files" • Paul Green - "Light beams in England sky" • Siora Photography - "untitled image" • Markus Spiske - "untitled image" • Kelly Sikkema - "Black Marker on Gold Paper"